Brasileiros resgataram R$ 455,6 milhões em valores esquecidos em setembro, diz Banco Central

Ao todo, serão sorteados 158 prêmios, no valor total de R$ 200 mil (Foto: Denis Marlon)

Os brasileiros sacaram R$ 455,68 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro em setembro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Banco Central (BC). Desde que o serviço foi lançado, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu R$ 12,22 bilhões a clientes bancários. Ainda há, no entanto, R$ 9,73 bilhões disponíveis para retirada.

O SVR é uma ferramenta criada pelo BC para permitir que cidadãos e empresas consultem se possuem dinheiro esquecido em bancos, consórcios, cooperativas de crédito, financeiras ou corretoras.

Como consultar

A consulta é simples e pode ser feita pelo site valoresareceber.bcb.gov.br, sem necessidade de login. Basta informar o CPF e a data de nascimento — no caso de pessoas físicas — ou o CNPJ e a data de abertura da empresa. O sistema também permite verificar valores de empresas encerradas e pessoas falecidas.

Se houver dinheiro a receber, o cidadão deve acessar o sistema com conta Gov.br (nível prata ou ouro) e verificação em duas etapas ativada para visualizar o valor, a origem do recurso e as informações da instituição responsável pelo pagamento.

Como fazer o resgate

O saque pode ser feito de três maneiras:

  1. Diretamente com a instituição financeira, mediante contato;

  2. Pelo próprio Sistema de Valores a Receber, mediante solicitação manual;

  3. Automaticamente, para quem aderir à funcionalidade lançada em maio deste ano.

A nova solicitação automática de resgate permite que o dinheiro seja creditado diretamente na conta do cidadão assim que o valor for disponibilizado por alguma instituição. O serviço é exclusivo para pessoas físicas que possuam chave Pix do tipo CPF, e a adesão é opcional.

Quem tem direito

As origens dos valores esquecidos incluem:

  • Contas-correntes ou poupanças encerradas;

  • Cotas de capital e sobras líquidas de cooperativas de crédito;

  • Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;

  • Tarifas e parcelas de crédito cobradas indevidamente;

  • Contas de pagamento e de registro encerradas em corretoras e distribuidoras.

As estatísticas do BC têm dois meses de defasagem e são atualizadas regularmente, com a inclusão de novas fontes de recursos.

Até o fim de setembro, 34,28 milhões de correntistas já haviam feito o resgate — sendo 30,9 milhões de pessoas físicas e 3,36 milhões de empresas. Outros 53,37 milhões de beneficiários ainda não retiraram seus valores.

A maioria dos casos envolve pequenas quantias:

  • 64,6% dos beneficiários têm direito a até R$ 10;

  • 23,8% têm entre R$ 10,01 e R$ 100;

  • 9,7% possuem valores entre R$ 100,01 e R$ 1 mil;

  • Apenas 1,8% têm direito a mais de R$ 1 mil.

Atenção a golpes

O Banco Central reforça que todos os serviços do SVR são gratuitos e alerta para golpes aplicados por falsos intermediários. A autarquia não envia links, não entra em contato por telefone ou mensagem e não solicita dados pessoais ou senhas.

“Nenhuma pessoa ou empresa está autorizada a intermediar resgates”, destaca o BC.

O órgão recomenda que os usuários acessem exclusivamente o endereço oficial do sistema e desconfiem de qualquer mensagem que prometa agilizar ou facilitar o recebimento dos valores esquecidos.