Petrobras e Vale testam combustível com óleo de cozinha em navio para reduzir emissões

© Fernando Frazão/Agência Brasil
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Parceria em Singapura aposta em bunker com 24% de conteúdo renovável; iniciativa mira metas globais de descarbonização no transporte marítimo


A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (24) uma nova etapa de sua estratégia de transição energética: a empresa fechou parceria comercial com a mineradora Vale para abastecer, de forma inédita, um navio com combustível marítimo contendo óleo de cozinha usado.

O produto, chamado Very Low Sulfur (VLS) B24, é uma mistura de 76% de combustível fóssil com 24% de biodiesel derivado do reaproveitamento de óleo de cozinha. Conhecido como bunker, esse tipo de combustível é usado em grandes embarcações e está entre os maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transporte.

O navio graneleiro Luise Oldendorff, contratado pela Vale e operado pela empresa Oldendorff Carriers, foi abastecido com o biocombustível na última terça-feira (22), em Singapura. A operação foi coordenada pela Petrobras Singapore, braço da estatal brasileira na Ásia, que também desenvolveu a formulação do combustível.

Menos carbono no mar

Segundo a Petrobras, a parceria ainda está em fase de testes, mas marca um passo importante no esforço de descarbonização da navegação marítima, setor responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO₂. A iniciativa está alinhada ao acordo da Organização Marítima Internacional (IMO) que prevê a neutralidade de carbono no setor até 2050, com implementação prevista para começar em 2027, após ratificação pelos 176 países membros — incluindo o Brasil.

“O teste com biobunker dá continuidade à parceria estratégica entre Petrobras e Vale, que prevê o fornecimento de produtos com foco em competitividade e no avanço da pauta de descarbonização”, destacou a estatal em nota.

Estratégias para o futuro

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a companhia está empenhada em desenvolver “combustíveis cada vez mais sustentáveis” para oferecer “produtos mais verdes e reforçar a estratégia de descarbonização”.

Já o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou que a empresa tem testado diferentes soluções multicombustíveis, tanto para novas embarcações quanto para a modernização das atuais, a fim de reduzir as emissões de GEE associadas ao transporte de minério.

A Vale estabeleceu a meta de reduzir em 33% suas emissões diretas e indiretas até 2030. A Petrobras, por sua vez, tem investido na oferta de produtos de baixo carbono como parte da transição energética global.

Experiência anterior

Essa não é a primeira vez que a Petrobras utiliza o VLS B24 em Singapura. O combustível foi testado pela primeira vez no navio André Rebouças, da Transpetro, subsidiária da estatal, em fevereiro deste ano.

Com essa nova iniciativa, a Petrobras e a Vale reforçam seu compromisso com a inovação, sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas, enquanto contribuem para posicionar o Brasil como protagonista na transição energética global.