
Médico radiologista Antonio Rahal destaca conexão entre disfunções neuroendócrinas e transtornos psiquiátricos
As disfunções neuroendócrinas, especialmente aquelas relacionadas ao funcionamento da tireoide, apresentam uma conexão direta com a saúde mental e distúrbios psiquiátricos, adverte Antonio Rahal, médico radiologista intervencionista do Hospital Albert Einstein e especialista em tireoide.
Segundo Rahal, a glândula tireoide desempenha um papel crucial no funcionamento do cérebro, e alterações em seu desempenho, muitas vezes vinculadas a flutuações no peso, podem ter repercussões significativas na saúde mental. Isso pode resultar em quadros como ansiedade, irritabilidade e outros sintomas que se assemelham à depressão.
“A tireoide é a balança de equilíbrio do nosso corpo, então se houver qualquer tipo de descompensação, podemos ter oscilação em nossos comportamentos”, comenta Rahal. Localizada no pescoço, a tireoide é responsável pela produção de hormônios essenciais, como T3 e T4, que desempenham papéis fundamentais no corpo e metabolismo ao longo da vida.
O médico destaca que a função principal da tireoide é manter o cérebro, o coração, os músculos e outros órgãos funcionando adequadamente. Portanto, qualquer desregulação em seu funcionamento pode causar alterações no organismo como um todo.
No caso do hipotireoidismo, em que a glândula produz menos hormônios do que o necessário, a pessoa pode experimentar fadiga constante e cansaço, afetando o humor, memória e concentração, assemelhando-se a sintomas depressivos.
Por outro lado, no hipertireoidismo, em que há uma produção excessiva de hormônios, a pessoa pode tornar-se extremamente ativa, acelerada, manifestando quadros de ansiedade intensa, agitação e variações abruptas de humor.
Rahal ressalta que, embora problemas psicoemocionais possam originar-se de conflitos internos, em alguns casos, a causa pode ser orgânica, relacionada a disfunções neuroendócrinas. Desta forma, o médico destaca a importância de exames neuroendócrinos antes de prescrever qualquer medicação, permitindo uma abordagem mais precisa e eficaz.
“Dependendo dos resultados dos exames, é recomendado tratamento medicamentoso, acompanhado ou não de psicoterapia, esta última voltada para casos que envolvam, efetivamente, problemas psicoemocionais”, destaca Rahal.