
Setor cresce com investimentos e geração de empregos, mas enfrenta desafios regulatórios
A energia solar no Brasil ultrapassou a marca de 55 gigawatts (GW) de potência instalada operacional, consolidando-se como a segunda maior fonte de eletricidade do país, com 22,2% da capacidade da matriz elétrica. Apenas em 2024, o setor adicionou 1,6 GW ao sistema, segundo balanço da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
A maior parte da geração solar vem da geração própria, com 37,6 GW instalados em telhados e quintais de cerca de cinco milhões de imóveis. Já as grandes usinas solares conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) representam 17,6 GW do total.
Expansão e impacto ambiental
Desde 2012, o setor de energia solar trouxe ao Brasil mais de R$ 251 bilhões em investimentos, gerou 1,6 milhão de empregos verdes e arrecadou R$ 78 bilhões em tributos. Além disso, evitou a emissão de aproximadamente 66,6 milhões de toneladas de CO², contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
Somente entre janeiro e março deste ano, foram instalados 147 mil novos sistemas solares, abastecendo cerca de 228,7 mil imóveis. Atualmente, a geração própria está presente em 5,5 mil municípios de todos os estados brasileiros.
Minas Gerais lidera geração própria
No ranking estadual da geração própria de energia solar, Minas Gerais lidera, com mais de 900 mil imóveis abastecidos. Em seguida, aparecem São Paulo, com 756 mil unidades, e Rio Grande do Sul, com 468 mil. A maior parte das instalações está em residências (69,2%), seguidas por comércios (18,4%) e propriedades rurais (9,9%).
Desafios e entraves do setor
Apesar do crescimento acelerado, a Absolar alerta para desafios que limitam a expansão da energia solar no Brasil. Entre os principais problemas apontados estão:
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Cancelamento de projetos por distribuidoras e falta de compensação financeira para empreendedores afetados por cortes na geração renovável.
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Dificuldades na conexão de pequenos sistemas de geração própria, sob a justificativa de risco de sobrecarga, sem estudos técnicos detalhados.
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Falta de ressarcimento para cortes de geração em grandes usinas solares, o que gera insegurança jurídica e desestimula novos investimentos.
A Absolar defende a aprovação do Programa Renda Básica Energética (Rebe) e a atualização da Lei 14.300/2022, que regula a microgeração e minigeração distribuída, garantindo mais previsibilidade e incentivos ao setor.