
A nova regra do Banco Central para pagamentos com o Pix entra em vigor nesta segunda-feira, 4. Mas o aumento de sequestros tem crescido. Criminosos pode ficar mais tem com as vítimas
Foi estabelecido o limite de R$ 1 mil para as transferências feitas das 20h às 6h.
O objetivo da mudança é garantir maior segurança nas transações e minimizar os casos de sequestro relâmpago para aplicação de golpes financeiros.
Embora seja vista como positiva, a alteração pode, no entanto, causar um efeito contrário e trazer uma preocupação maior sobre a segurança dos usuários, explica presidente do Procon-SP, Fernando Capez.
“A limitação da transferência de R$ 1 mil pode gerar um efeito contrário, ou seja, a vítima ter que permanecer [por causa do bloqueio] em poder dos sequestradores toda a noite até o amanhecer. Por isso, pretendemos amenizar essa medida com outras providências que vamos sugerir ao Banco Central”, afirmou em entrevista à Jovem Pan.
Segundo Capez, a proposta é sugerir que o limite não seja válido apenas para o período noturno, mas adotado para os pagamentos feitos a qualquer hora.
Como já proposto, a ideia é que o cliente possa solicitar a mudança desse valor máximo por transação, mas que a alteração seja efetuada apenas depois de 48 horas.
“Todos temos que atuar em conjunto, estabelecendo as medidas preventivas. O Pix é instrumento útil porque não tem estorno, isso despertou a cobiça dos criminosos, porque aplicado o golpe e feita a transferência, não tem volta”, afirma.
Outra nova regra criada pelo Banco Central é a possibilidade das instituições financeiras bloquearem transações que sejam consideradas suspeitas pelo prazo de 72 horas, o que também poderia inibir a ação de sequestradores.
No entanto, segundo Fernando Capez, as medidas ainda são ‘insuficientes’, já que o mecanismo de controle dos bancos pode falhar.
“Se não bloquear o valor, houve uma falha do banco. Os bancos podem sofrer um enorme prejuízo. Então, eles estão preocupados, tivemos uma reunião muito boa com a Febraban. Temos que nos unir para estabelecer medidas. A divisão antissequestro está recendo muitas denuncias e isso é mais uma problema para ser administrado”, finalizado.