
Ex-ministro é acusado de obstrução de justiça e envolvimento na tentativa de golpe de Estado
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade, nesta sexta-feira (14), manter a prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. A decisão confirma a medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes em dezembro do ano passado, no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a Polícia Federal (PF), Braga Netto estaria atuando para obstruir as investigações e teria tentado acessar informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O general é apontado como um dos principais articuladores do plano golpista.
Decisão do STF
A defesa de Braga Netto recorreu da prisão e pediu que o caso fosse analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. No julgamento virtual desta sexta-feira, todos votaram a favor da manutenção da prisão do general.
Em seu voto, Moraes destacou a gravidade das novas informações trazidas por Mauro Cid e reforçou o papel de Braga Netto na organização do plano golpista.
“A autoridade policial apontou que Walter Souza Braga Netto tentou controlar o que seria repassado à investigação, demonstrando o verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento exercido pelo recorrente, além de apresentar relevantes indícios de que atuou reiteradamente para embaraçar as investigações”, escreveu Moraes.
A decisão mantém o general preso enquanto as investigações sobre sua participação na suposta tentativa de golpe continuam avançando.