
O filme “Oppenheimer”, dirigido por Christopher Nolan, estreou nos cinemas na última semana e alcançou a maior bilheteria de filmes de Hollywood na Índia em 2023. No entanto, a produção tem sido alvo de protestos e revolta por parte de membros do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) devido a uma cena que envolve a citação de um texto sagrado do hinduísmo.
A cena em questão retrata J. Robert Oppenheimer, conhecido como o pai da bomba atômica, recitando uma passagem do Bhagavad Gita em sânscrito para sua amante, Florence Pugh, durante uma relação sexual. “Eu me tornei a morte, a destruidora de mundos”, diz a frase atribuída ao deus Krishna na antiga escritura hindu. A cena sugere que Oppenheimer teria feito a citação após a invenção da bomba atômica.
Essa representação causou indignação entre os religiosos hindus, que a consideram um “ataque ao hinduísmo”. O comissário de informações Uday Mahurkar escreveu uma carta aberta ao diretor Christopher Nolan expressando sua preocupação com a cena, afirmando que ela é ofensiva e desrespeitosa às crenças religiosas de bilhões de hindus. Ele pede a remoção da cena do filme.
A repercussão dos protestos levou o ministro de Informação e Cultura da Índia, Anurag Thakur, a exigir a retirada da cena do filme. Os manifestantes destacam que, da mesma forma que o Islã e o Alcorão são tratados com sensibilidade para evitar ofensas, o hinduísmo também merece respeito em suas representações na indústria cinematográfica.
O Bhagavad Gita é uma das escrituras mais reverenciadas e inspiradoras do hinduísmo, sendo símbolo de sabedoria espiritual. Portanto, sua utilização em um contexto íntimo e sexual na trama do filme gerou controvérsias.
Até o momento, Christopher Nolan não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, e a polêmica em torno do filme continua. A questão levantada pelos manifestantes ressalta a importância de respeitar e compreender as diferentes crenças religiosas e culturas ao retratar temas sensíveis em produções cinematográficas.