Bolsonaro depõe na PF sobre Eduardo Bolsonaro nos EUA e fuga de Carla Zambelli

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Ex-presidente foi intimado a prestar esclarecimentos após autorização do ministro Alexandre de Moraes; caso envolve suposta obstrução de justiça e coação

 


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (5) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília (DF). Inicialmente convocado para falar sobre a atuação de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, Bolsonaro também foi interrogado sobre a fuga da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 14h35, e o início do depoimento estava agendado para as 15h. A oitiva foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou prazo de 10 dias para que o ex-presidente fosse ouvido.

Segundo apuração do portal UOL, Moraes também ordenou que a PF investigue se Zambelli cometeu obstrução de investigação e coação no curso do processo, crimes que teriam sido praticados durante e após a fuga da parlamentar para o exterior.

Caso Eduardo Bolsonaro

Em março de 2025, Eduardo Bolsonaro anunciou que se mudaria para os Estados Unidos. Desde então, tem se envolvido em articulações com autoridades americanas visando pressionar membros do Judiciário brasileiro, principalmente o ministro Moraes.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou a existência de “evidências” de que Eduardo Bolsonaro buscava interferir em processos criminais contra Jair Bolsonaro e seus aliados. As ações incluem tentativas de sanções internacionais e campanhas de desinformação contra o STF e o TSE.

A PGR ainda identificou indícios de crimes como obstrução de justiça, coação e atentado à soberania nacional, uma vez que Eduardo teria buscado apoio de integrantes do governo Trump para pressionar o Judiciário brasileiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro é réu no STF em ação que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A situação se agrava após declarações do governo de Donald Trump, que anunciou a intenção de cassação de vistos de indivíduos envolvidos com o que consideram atos de censura — o que pode ser interpretado como um ataque direto ao ministro Alexandre de Moraes.