
Iniciativa une cultura, educação e solidariedade para aproximar jovens da música que marcou a identidade de Brasília
Berço do rock nacional, Brasília segue firme como referência no gênero que, além de musicalidade, carrega uma forte carga de contestação social. Para manter viva essa tradição, nasceu o projeto 1KG de Rock, que tem como objetivo levar a história do rock brasiliense a estudantes da rede pública do Distrito Federal, por meio de apresentações musicais e oficinas educativas. A iniciativa conta com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) e de emenda parlamentar do deputado distrital Ricardo Vale.
A primeira ação do projeto ocorreu no Centro Educacional (CED) 03 de Sobradinho, ainda no clima de comemoração pelo aniversário de 65 anos de Brasília. A escola recebeu um show da banda Dom Macarius, que apresentou clássicos como os da Legião Urbana, empolgando os alunos. O projeto prevê que cada escola participante receba duas palestras temáticas, com abordagem interdisciplinar: “Ciências, Física e Rock and Roll” e “O Rock como Cultura Transgressora”.
O professor Geldo Araújo, idealizador do projeto, explica que a proposta surgiu em 2013 como uma forma de dialogar com os estudantes a partir de um tema que despertava interesse e curiosidade. Além disso, o nome 1KG de Rock remete à arrecadação de alimentos, reforçando o viés social do projeto. “A cultura do rock ajudou a fazer esse diálogo mais aproximado com a juventude e ampliar o conhecimento e o aprendizado”, destaca Geldo, que é professor de matemática.
A proposta educativa e cultural se desdobra em três frentes principais:
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um website, que funciona como um museu virtual da história do rock de Brasília;
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um aplicativo gamificado, com conteúdo interativo voltado a crianças e jovens;
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e uma exposição itinerante, com banners e materiais informativos, que circulará por três escolas de Sobradinho: o CEF 3, o CEF Queima Lençol e o Centro Educacional Stella dos Cherubins Guimarães Trois.
Segundo o diretor do CED 3, Robson Salazar, o projeto contribui para a formação cultural e cidadã dos jovens. “O jovem precisa disso. Estamos redescobrindo muitas coisas no pós-pandemia, diminuindo o acesso às redes sociais e fortalecendo o interesse por manifestações culturais. E ainda bem que existe a escola pública para fazer essa ponte”, completou.
Durante a semana, os alunos exploram a origem do chamado rock candango, com oficinas e pesquisas baseadas em fotos, recortes de jornais, panfletos e depoimentos. Nesta primeira fase, o foco está nas décadas de 1960 e 1970, quando começaram a surgir os primeiros movimentos musicais na capital.