Safra de café 2025 deve crescer 2,7% e atinge recorde histórico em ano de baixa bienalidade

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Com expectativa de 55,7 milhões de sacas, crescimento é impulsionado pela recuperação nas lavouras de conilon; arábica sofre queda

 

 

A produção de café no Brasil deve atingir 55,7 milhões de sacas na safra de 2025, representando um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 2º Levantamento da Safra de Café. Caso a previsão se confirme, será a maior produção já registrada em um ano de baixa bienalidade — característica natural das lavouras de café, que alternam anos de alta e baixa produtividade.

Segundo a Conab, a elevação nos números é impulsionada, principalmente, pelo desempenho do café conilon (robusta), cuja produtividade média deve crescer 28,3%, totalizando 18,7 milhões de sacas — recorde da série histórica. O bom desempenho se deve às condições climáticas favoráveis nas fases mais sensíveis das lavouras, o que garantiu floradas consistentes e alta densidade de frutos.

Já o café arábica, mais sensível ao fenômeno da bienalidade negativa, deve apresentar uma queda de 6,6% na colheita, com produção estimada em cerca de 37 milhões de sacas. Em Minas Gerais, estado com maior área dedicada ao arábica, a colheita esperada é de 25,65 milhões de sacas. A redução está relacionada ao longo período de seca entre abril e setembro do ano passado, que comprometeu o desenvolvimento das lavouras.

A área total dedicada à cafeicultura no Brasil também deve aumentar ligeiramente, chegando a 2,25 milhões de hectares — alta de 0,8% em relação ao ciclo anterior. A área em produção tende a cair 1,4%, enquanto a área em formação deve crescer 12,3%, sinalizando investimentos em renovação e expansão para os próximos ciclos.

O resultado reforça o papel do Brasil como maior produtor mundial de café e destaca o potencial do conilon como alternativa estratégica, inclusive em regiões tradicionalmente afetadas por instabilidades climáticas.