
Atualização no modelo global de navegação destaca mudanças na posição do polo magnético, que continua a migrar rumo à Sibéria
O polo norte magnético, que desempenha um papel crucial nos sistemas de navegação globais, está cada vez mais próximo da Rússia. Cientistas anunciaram uma atualização no Modelo Magnético Mundial (WMM), revelando que o polo magnético segue se deslocando em direção à Sibéria. Essa atualização, essencial para a precisão de sistemas como GPS, também traz novos dados sobre o comportamento dinâmico do campo magnético terrestre.
Atualização do modelo global
Desde sua criação em 1990, o WMM é revisado a cada cinco anos para ajustar as previsões sobre a posição do polo magnético. Em 17 de dezembro, dois novos modelos foram lançados: uma versão padrão e uma de alta resolução. Apesar dos avanços, a maioria dos dispositivos de uso público, como smartphones, ainda utiliza o modelo padrão.
De acordo com o Dr. Arnaud Chulliat, pesquisador da Universidade do Colorado, a precisão do modelo anterior foi confirmada, mas ajustes foram necessários devido às mudanças no campo magnético. “Quanto mais você espera para atualizar o modelo, maior o erro”, explicou.
Deslocamento e desaceleração
Desde 1831, quando foi descoberto no Canadá, o polo magnético já percorreu mais de 2.000 quilômetros, agora movendo-se a uma taxa de aproximadamente 35 quilômetros por ano — um ritmo mais lento em comparação aos 55 quilômetros anuais registrados nos anos 1990. Segundo o Dr. William Brown, do Serviço Geológico Britânico, a desaceleração atual ainda é motivo de estudo, mas o polo continua a migrar em direção à Rússia.
Consequências para a tecnologia e a ciência
O movimento do polo magnético influencia diretamente sistemas de navegação de aviões, navios e até satélites, que dependem de dados precisos para operar. “Companhias aéreas e forças militares atualizarão seus sistemas com o novo modelo, mas para usuários comuns, o impacto será mínimo”, explicou Brown.
Além disso, a atualização reacende discussões sobre inversões de polaridade do campo magnético da Terra, fenômeno que ocorre a cada centenas de milhares de anos. Durante essas inversões, os polos norte e sul magnéticos trocam de posição, o que pode causar impactos em sistemas de navegação, comunicações por rádio e até no comportamento migratório de animais que dependem do campo magnético.
O futuro do norte magnético
Embora os cientistas esperem que a migração em direção à Rússia desacelere, o comportamento do campo magnético terrestre permanece imprevisível. “Continuaremos monitorando o campo, mas não prevemos necessidade de uma nova atualização antes de 2030”, afirmou Brown.
Com o avanço da tecnologia e o aprimoramento dos modelos de previsão, pesquisadores seguem investigando as forças que impulsionam essas mudanças e como elas podem impactar o planeta em longo prazo. O estudo do campo magnético, além de ser uma janela para o funcionamento interno da Terra, é vital para a segurança e o progresso tecnológico da humanidade.
Com informações da CNN