Pesquisadores apontam transformação no mercado de trabalho, com aumento de vagas em áreas tecnológicas e extinção de funções tradicionais
Um estudo do Fórum Econômico Mundial estima que as novas tecnologias deverão criar 78 milhões de empregos adicionais no mundo até 2030. Divulgada nesta quarta-feira (8), a pesquisa abrangeu 55 países e projeta a criação de 170 milhões de postos de trabalho, enquanto 92 milhões devem se tornar obsoletos, representando um crescimento líquido de 7% em relação aos empregos atuais.
Entre as áreas que mais gerarão vagas estão a de especialistas em Big Data, inteligência artificial, engenheiros de fintech, desenvolvedores de software, especialistas em gestão de segurança e em veículos elétricos e autônomos, além de designers de interface e experiência do usuário. Já os postos em declínio incluem caixas bancários, operadores de entrada de dados, atendentes de transporte, assistentes administrativos e vendedores porta a porta.
Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral, destacou que a demanda tecnológica impulsionará o mercado de trabalho global, desde que acompanhada por investimentos corporativos. “A gente está dizendo com total clareza que essa demanda por tecnologia vai gerar postos de trabalho. Temos uma leitura muito benéfica para o mercado de trabalho, com milhões de novos empregos sendo criados”, afirmou.
Impactos no Brasil
No Brasil, o levantamento revelou que nove entre dez empresas planejam investir em tecnologia, mas a preferência por contratar profissionais já qualificados pode limitar o impacto positivo. “A área de gestão de pessoas no Brasil precisa se atualizar. Orçamento, investimento, capacitação e treinamento devem ser prioridades”, alertou Tadeu.
Além disso, o estudo aponta que 37% das habilidades dos trabalhadores brasileiros deverão passar por transformações nos próximos cinco anos. As mudanças serão orientadas por áreas como inteligência artificial, Big Data, alfabetização tecnológica e pensamento crítico.
Entre as empresas brasileiras, 58% pretendem recrutar funcionários com novas competências, enquanto 48% planejam realocar profissionais de funções em declínio para áreas de crescimento. O resultado reflete o desafio de alinhar a evolução tecnológica à capacitação da força de trabalho, com potencial para redefinir o mercado laboral no país e no mundo.