Procon registra mais de 2 mil reclamações; atrasos e descontos falsos lideram queixas

São Paulo - Lojas reabertas no Shopping Light após início da fase de transição do Plano São Paulo para combate à covid-19, que permite o funcionamento das lojas de shopping centers das 11h às 19h.

 

Órgão recomenda cautela aos consumidores e alerta empresas para melhorar gestão e atendimento

 

 

 

O Procon-SP recebeu 2.016 reclamações de consumidores relacionadas à Black Friday, entre 30 de outubro e esta sexta-feira (29). O levantamento preliminar aponta que a maioria das queixas (639) diz respeito a atrasos na entrega de mercadorias. Outros problemas recorrentes incluem o recebimento de produtos ou serviços diferentes dos adquiridos (217), cancelamento de compras após a finalização (195), maquiagem de desconto (183) e a indisponibilidade de itens promocionais anunciados (175).

Oportunidade para empresas e consumidores

De acordo com Luiz Orsatti Filho, diretor-executivo do Procon-SP, os dados representam mais do que uma lista de reclamações. “Se bem utilizados, estes dados oferecem uma oportunidade de mudança estratégica para a melhoria de todo o negócio”, afirmou em nota. O órgão disponibilizou em seu site um canal para registro de reclamações e consulta às empresas mais reclamadas.

Orientações e direitos do consumidor

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também reforçou orientações para garantir uma Black Friday segura. Antes de fechar negócios, os consumidores devem verificar os valores reais dos produtos e revisar com atenção as políticas de devolução e garantia.

Conforme o Código de Defesa do Consumidor, toda publicidade deve ser clara e precisa. Promoções enganosas, como a chamada “o dobro da metade” — aumento de preços antes do evento para simular descontos — são ilegais. Além disso, em compras feitas fora de lojas físicas, os clientes têm direito ao arrependimento, podendo desistir em até sete dias e receber o reembolso integral.

“A Black Friday é uma grande oportunidade para consumidores e empresas, mas também exige atenção redobrada contra práticas abusivas. A Senacon está monitorando o mercado para coibir essas ações e garantir um consumo seguro e vantajoso,” afirmou o secretário Wadih Damous.

Cuidados para evitar armadilhas

A Senacon recomenda aos consumidores:

  • Pesquise preços antes do evento para identificar descontos reais;
  • Leia as condições de devolução e garantia;
  • Prefira empresas confiáveis e consulte a reputação de vendedores;
  • Guarde registros das ofertas e comprovantes de compra.

Essas medidas ajudam a evitar transtornos e garantem que a Black Friday seja um evento vantajoso para todas as partes.