Dívida Pública Federal cai em setembro

 

Tesouro Nacional anuncia redução impulsionada por vencimento de títulos, com expectativas de estabilidade até o fim do ano

 

 

Influenciada pelo alto volume de vencimentos de títulos indexados à Selic, a Dívida Pública Federal (DPF) caiu 1,25% em setembro, ficando abaixo dos R$ 7 trilhões pela primeira vez desde agosto. O relatório do Tesouro Nacional, adiado devido à greve dos servidores, foi divulgado nesta quinta-feira (31) e apontou que o estoque da dívida recuou de R$ 7,035 trilhões para R$ 6,948 trilhões. Segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF), a expectativa é que a dívida encerre o ano entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

O montante da Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi) também apresentou queda, recuando de R$ 6,716 trilhões para R$ 6,64 trilhões. Isso se deve ao resgate líquido de R$ 126 bilhões em títulos, compensado pela apropriação de juros de R$ 50,03 bilhões no mês, conforme explicado pelo Tesouro. No mercado externo, a Dívida Pública Federal Externa (DPFe) caiu 3,71%, atingindo R$ 307,34 bilhões, impactada pela valorização do real e vencimento de papéis brasileiros no exterior.

Composição da DPF ajustada pela alta da Selic

Com o vencimento de diversos títulos vinculados à Selic, a proporção de papéis corrigidos pelos juros básicos recuou de 46,85% em agosto para 45,33% em setembro. No entanto, o Tesouro prevê que a taxa possa subir nos próximos meses, acompanhando possíveis ajustes da Selic. Já a parcela de títulos prefixados aumentou, passando de 22,2% para 23,01%, enquanto os papéis indexados à inflação subiram para 27,25%. O peso do câmbio na dívida também diminuiu, de 4,52% para 4,41%, mantendo-se dentro das metas do PAF.

Greve e dados pendentes

Em meio à greve no Tesouro, alguns dados não foram divulgados, como o colchão da dívida, que cobre vencimentos em períodos de crise. Em agosto, esse colchão estava em R$ 917 bilhões, suficiente para sete meses de pagamentos. Nos próximos 12 meses, a DPF prevê vencimentos de R$ 1,19 trilhão, um fator que o Tesouro acompanha com atenção para os próximos ajustes e novas emissões de títulos.

Confiança dos investidores e prazo de pagamento

O prazo médio da dívida subiu para 4,18 anos, o que, segundo o Tesouro, reflete a confiança do mercado na capacidade do governo de cumprir suas obrigações. Para isso, o governo conta com diferentes mecanismos, como títulos atrelados à Selic, à inflação, ao dólar ou prefixados, buscando manter o equilíbrio entre os compromissos financeiros e as condições de mercado.