Lula lança Programa Arroz da Gente com investimento de R$ 1 bilhão

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quarta-feira (16) o Programa Arroz da Gente, iniciativa que busca fomentar a produção e formação de estoques de arroz no Brasil. Com um investimento de R$ 1 bilhão, o programa permitirá a compra de até 500 mil toneladas do grão e pretende apoiar pequenos e médios produtores por meio de contratos de opção com o governo.

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, explicou que os contratos de opção foram desenvolvidos em parceria com os ministérios da Fazenda e da Agricultura. “Esse programa vai mitigar as perdas das safras de 2023 e 2024, afetadas por secas e enchentes na Região Sul, e estimular a diversidade regional e variedades de cultivo,” afirmou o ministro.

O Plano Arroz da Gente faz parte do Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planaab), conhecido como Alimento no Prato. A iniciativa foi lançada após a tentativa frustrada da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de importar arroz por meio de leilões em maio, que foram anulados por denúncias de irregularidades.

Compromisso com o combate à fome até 2026

No evento, Lula reafirmou o compromisso de tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026. “Em nosso retorno, havia 33 milhões de pessoas passando fome, mas já conseguimos tirar 24,5 milhões dessa situação em menos de dois anos. E queremos erradicar a fome até o fim do mandato,” afirmou o presidente, destacando que o combate à fome é uma questão de prioridade política.

O Mapa da Fome é um levantamento anual da FAO que monitora a insegurança alimentar global. O Brasil havia saído do relatório em 2014, mas voltou a figurar na lista entre 2019 e 2022, com o aumento da insegurança alimentar.

Ampliação do acesso a alimentos saudáveis

Além do Programa Arroz da Gente, o governo anunciou medidas para ampliar o acesso da população a alimentos frescos e saudáveis. Estão previstas a instalação de seis novas centrais de abastecimento em estados como Bahia, Ceará e São Paulo, além da criação de sacolões populares.

Segundo Paulo Teixeira, o Plano Alimento no Prato envolve 29 iniciativas e 92 ações estratégicas para promover um sistema de abastecimento inclusivo e sustentável. “Queremos incentivar a produção de alimentos da cesta básica em sistemas sustentáveis e fortalecer a soberania alimentar do país,” destacou o ministro.

A presidente do Consea, Elisabetta Recine, reforçou que o plano é um passo importante para transformar o sistema alimentar brasileiro. “Precisamos produzir sem envenenar a terra, a água e as pessoas, respeitando a biodiversidade e permitindo que todos tenham acesso à comida de qualidade,” defendeu Recine.