
Centro de Previsão do Tempo Espacial alerta sobre tempestade solar severa que afeta a infraestrutura terrestre e pode gerar fenômenos visuais raros
Uma poderosa erupção solar e uma ejeção de massa coronal (CME) liberadas pelo Sol chegaram à Terra na quinta-feira (10) e podem resultar em auroras coloridas visíveis em várias partes dos Estados Unidos. No entanto, a tempestade solar, classificada inicialmente como nível 4 em uma escala que vai até 5, também traz riscos de interrupções em comunicações, na rede elétrica e em operações de satélites, conforme alertou o Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.
A tempestade foi registrada às 12h17 (horário de Brasília) e, segundo os cientistas, poderia durar até a sexta-feira. Condições de tempestade de nível 3 (G3) foram observadas antes da confirmação do nível 4 (G4) às 13h57 (horário de Brasília). A tempestade se moveu a cerca de 2,4 milhões de quilômetros por hora e já havia alcançado satélites que orbitam a um milhão de milhas da Terra, como o Deep Space Climate Observatory.
As erupções solares desta semana, conhecidas por sua intensidade, liberaram grandes nuvens de gás ionizado e campos magnéticos que podem causar tempestades geomagnéticas. “Essas tempestades podem impactar a infraestrutura tanto em órbita quanto na superfície da Terra”, explicou Shawn Dahl, coordenador do centro. A agência notificou autoridades, como a Agência Federal de Gestão de Emergências, para que se preparassem para possíveis interrupções, especialmente com os esforços de alívio esperados para o furacão Milton.
Aumento da atividade solar e auroras raras
Com o Sol se aproximando do pico de seu ciclo de 11 anos, sua atividade se intensificou, resultando em auroras que podem ser visíveis em estados que tradicionalmente não as observam, como Alabama e Norte da Califórnia. Cientistas acreditam que as auroras poderão aparecer em estados centrais do leste e no meio-oeste inferior dos EUA, mas ainda não se sabe se ocorrerá um fenômeno global de auroras, como o registrado em maio, durante uma tempestade G5.
As autoridades da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) recomendam o uso de um painel de auroras disponível em seu site para que o público possa acompanhar a previsão de auroras em suas áreas. A chance de ver auroras aumentou com a chegada da escuridão mais cedo, típica desta época do ano.
Possíveis impactos e prevenção
Embora os cientistas não acreditem que a tempestade atual supere a de maio, que causou cortes de energia na Suécia e danos em transformadores elétricos na África do Sul, as previsões indicam que é essencial monitorar a atividade solar. Durante a tempestade de maio, alguns agricultores enfrentaram interrupções em serviços de GPS, mas, em geral, as operadoras de rede elétrica e satélites conseguiram manter suas operações.
Os cientistas continuam a observar a atividade solar, que pode indicar onde o Sol se encontra em seu ciclo. “Ainda teremos um período agitado com a atividade do ciclo solar até o final deste ano e até o início de 2026”, concluiu Dahl.