Brasil implementa necanismos de conservação para espécies ameaçadas

© Ivo Lima/Ministério do Esporte

 

Projeto Pró-Espécies, do Ministério do Meio Ambiente, amplia proteção a 193 espécies criticamente em perigo

 

 

O Brasil agora conta com novos mecanismos de conservação para 193 das 290 espécies classificadas como criticamente em perigo (CP). Esse avanço é resultado do Projeto Pró-Espécies – Todos contra a Extinção, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A divulgação dos dados ocorreu na quarta-feira (22), durante a celebração do Dia Internacional da Biodiversidade.

De acordo com o balanço, 112 espécies da flora, 50 peixes continentais, 19 invertebrados terrestres, 6 invertebrados aquáticos, 2 peixes marinhos, 2 répteis, 1 ave e 1 mamífero agora estão sob mecanismos de conservação. Desenvolvido em 12 estados – Maranhão, Bahia, Pará, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo –, o Pró-Espécies promove estratégias de preservação em 24 territórios, cobrindo um total de 62 milhões de hectares. A iniciativa é executada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e tem o WWF-Brasil como parceiro executor.

O Brasil, que possui a maior biodiversidade do planeta, enfrenta um imenso desafio na proteção de suas espécies. Mais de 2 mil espécies de peixes de rios, 1.800 espécies de aves, entre 90 mil e 120 mil espécies de insetos, e aproximadamente 100 mil espécies de animais vertebrados e invertebrados são encontradas no país. Além disso, o Brasil detém 10% das 5 mil espécies de fungos catalogadas no mundo.

Apesar dessa riqueza, os números de espécies ameaçadas são alarmantes. Segundo o MMA, 4.457 espécies estão em risco no Brasil, com distribuição nos principais biomas do país: 147 no Bioma Marinho, 267 no Pampa, 3.448 na Mata Atlântica, 2.319 no Cerrado, 1.615 na Caatinga, 149 no Pantanal e 531 na Amazônia.

“O trabalho do Pró-Espécies visa chamar a atenção para a necessidade de conservação. Nos últimos dez anos, foram avaliadas quase 20 mil espécies, das quais cerca de 14 mil são da fauna e mais de 4 mil da flora”, destacou o MMA. A secretária nacional de Biodiversidade do MMA, Rita Mesquita, reforçou a importância do projeto: “É um dia especial e de comemoração. Temos muitas entregas porque temos trabalhado muito para fortalecer nossas ações em prol da conservação da biodiversidade.”

Além dos avanços na proteção de espécies ameaçadas, o MMA lançou um Protocolo Geral de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida, junto com três manuais específicos para ambientes terrestres, marinhos e dulcícolas. Esses documentos são parte do Programa Nacional de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido no âmbito do Pró-Espécies. Eles fornecerão diretrizes práticas para profissionais e instituições envolvidas na gestão ambiental, tanto na esfera pública quanto na privada, para a aplicação de medidas de erradicação e controle de espécies invasoras.

Esses esforços visam mitigar a introdução e propagação de espécies invasoras, que podem causar sérios impactos ao meio ambiente, à economia e à saúde pública, garantindo assim a preservação da rica biodiversidade brasileira para as futuras gerações.