DF registra aumento de casos de dengue em 2024 e Câmara Legislativa discute medidas efetivas de combate

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

 

O Distrito Federal enfrenta uma situação preocupante com o registro de mais de 46 mil casos de dengue até o momento em 2024, representando um aumento significativo de 1.120,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados pela Secretaria de Saúde do DF. Diante desse cenário alarmante, a Câmara Legislativa realizou uma reunião pública na tarde de ontem (5) para debater medidas eficazes de enfrentamento à doença.

Entre as estratégias discutidas, a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, destacou o uso da bactéria wolbachia como uma metodologia promissora. Ao ser introduzida nos mosquitos Aedes aegypti, vetor da dengue, essa bactéria tem o potencial de inibir a transmissão da doença. Cruz mencionou o exemplo de sucesso do município de Niterói (RJ), que, após adotar o método wolbachia, registrou uma redução significativa nos casos de dengue, com apenas três pacientes afetados neste ano.

A expansão dessa tecnologia para seis municípios brasileiros foi anunciada por Cruz durante a reunião. No entanto, ela ressaltou que para ampliar a utilização do método para outras regiões do país são necessárias novas biofábricas para a produção da wolbachia.

A Lei 7.306/2023, de autoria do deputado Martins Machado (Republicanos), tem como objetivo instituir o método wolbachia como diretriz complementar de controle biológico no DF. A proposta visa utilizar essa tecnologia em ações e planos de combate à dengue, permitindo que o Poder Executivo estabeleça convênios, contratos e parcerias com diversos órgãos, entidades e instituições públicas ou privadas para sua implementação.

O método wolbachia consiste em modificar geneticamente os mosquitos em laboratório, introduzindo a bactéria wolbachia, que impede a transmissão dos vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Os pesquisadores da Fiocruz foram responsáveis por adaptar essa técnica, retirando a wolbachia do mosquito conhecido como mosca da fruta e inserindo-a nos mosquitos Aedes aegypti machos. Após o acasalamento, as fêmeas infectadas geram filhotes que são incapazes de transmitir as doenças, oferecendo uma importante ferramenta no combate às epidemias.