Parteiras e enfermeiras obstetras: união entre tradição e ciência no cuidado com a maternidade

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Em Brasília, Nayane Cristina, parteira do Sistema Único de Saúde (SUS), compartilha sua trajetória, marcada pela inspiração na avó, uma mulher que vivenciou o parto natural em casa oito vezes. A história familiar despertou em Nayane o chamado para a profissão desde a infância. A parteira, hoje, integra uma equipe que realiza, em média, 37 partos por mês na região administrativa de São Sebastião, Distrito Federal.

Nayane trilhou o caminho acadêmico, formando-se em enfermagem e especializando-se em obstetrícia. No Brasil, a assistência ao parto por enfermeiras obstetras é respaldada por lei desde 1986, abrangendo a prestação de cuidados durante o parto normal e ao recém-nascido. Em São Sebastião, o modelo de atendimento respeitoso resulta em menor incidência de cesarianas, contribuindo para redução significativa desses procedimentos.

Dados da Fiocruz apontam que a taxa de cesariana no Brasil é de 55%, ultrapassando 80% na rede particular. Marília Tomé, psicóloga e mãe de dois filhos, optou por contar com o auxílio de parteiras em seus partos. A escolha refletiu o desejo de viver um parto mais autônomo, com menos intervenções, e destacou a importância das parteiras nas fases iniciais da maternidade.

É relevante ressaltar que a presença das parteiras não exclui o papel dos médicos na gestação. Pelo contrário, atuam em conjunto, fornecendo informações e considerando a autonomia das mulheres. A médica obstetra Monique Novacek destaca que a união entre parteiras e médicos resulta em gestantes mais preparadas para o parto.

Assim, enquanto a medicina proporciona avanços salvadores de vidas, as práticas ancestrais persistem, mostrando que a tradição e a ciência podem caminhar lado a lado, proporcionando cuidados integrais durante o período maternal.