
A vacina da febre amarela completa 50 anos de contribuição para a saúde pública brasileira em setembro de 2023. O programa de imunização tem desempenhado um papel fundamental na prevenção dessa doença potencialmente letal, que já foi uma das mais temidas do país no início do século 20.
A febre amarela urbana, que costumava acometer áreas urbanas, foi eliminada em 1942 graças a esforços de sanitaristas, incluindo campanhas de controle de mosquitos vetores. No entanto, a forma silvestre da doença persiste em regiões de florestas tropicais, onde o vírus é transmitido principalmente pelos mosquitos Haemagogus sabethes. O vírus da febre amarela não depende dos seres humanos para sobreviver, pois infecta primatas e outros mamíferos nas matas.
Embora a febre amarela urbana tenha sido eliminada, é essencial manter a cobertura vacinal em todo o país, pois atividades como ecoturismo, pesca e desmatamento têm aumentado o contato humano com mosquitos transmissores da febre amarela silvestre. O Brasil é considerado endêmico para a doença, o que significa que não é possível erradicá-la devido à sua circulação contínua em áreas de mata.
A vacina contra a febre amarela é altamente eficaz e segura, com uma taxa de eficácia estimada em mais de 95% para pessoas acima de 2 anos de idade. No entanto, a imunização é contraindicada para crianças com menos de 9 meses, mulheres amamentando crianças menores de 6 meses, pessoas com alergia grave ao ovo, indivíduos com HIV e contagem de células CD4 inferior a 350, pacientes em tratamento com quimioterapia/radioterapia e aqueles submetidos a tratamento com imunossupressores.
A doença pode causar sintomas como febre, dores musculares, dor de cabeça, perda de apetite, náuseas e vômitos. Em casos graves, a febre amarela pode progredir para um segundo estágio com icterícia (amarelamento da pele e olhos), urina escura, dores abdominais e hemorragias graves. A prevenção é essencial, e a vacinação desempenha um papel crucial nesse esforço.
Manter a cobertura vacinal contra a febre amarela é uma medida fundamental para proteger a população e prevenir a reintrodução da doença nas áreas urbanas, uma vez que viajantes brasileiros precisam apresentar o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) em alguns países antes de entrar no território deles. A imunização é uma conquista histórica da saúde pública brasileira e continua a ser um instrumento valioso na proteção da população contra essa doença grave.