45 anos após o primeiro “bebê de proveta”, avanços na medicina reprodutiva transformam a concepção e a formação familiar

Foto de Drew Hays na Unsplash

 

Há 45 anos, em 25 de julho de 1978, ocorria um dos marcos mais significativos da medicina reprodutiva: o nascimento do primeiro “bebê de proveta”, Louise Brown, em Bristol, na Inglaterra. Esse evento pioneiro abriu caminho para uma série de avanços que revolucionaram a concepção e a formação das famílias ao redor do mundo.

Em uma entrevista à CNN Rádio, o ginecologista e especialista em reprodução humana, Vinicius Bassega, destacou que a fertilização in vitro, técnica utilizada no nascimento de Louise Brown, trouxe transformações impressionantes ao longo das últimas décadas. Atualmente, mais de 10 milhões de nascimentos ocorreram graças a essa técnica, com mais de 42 mil ciclos realizados anualmente e uma perspectiva de aumento nos próximos anos.

Além de sua contribuição no aumento do número de nascimentos, a fertilização in vitro expandiu a possibilidade de formação de famílias, permitindo gestações para transgêneros, casais homoafetivos e para a chamada “produção independente”, na qual indivíduos optam pela paternidade ou maternidade solo. Essa diversidade familiar trouxe liberdade às mulheres, que agora podem congelar seus óvulos e escolher o momento mais adequado para engravidar.

O especialista apontou que as técnicas de cultivo e o congelamento de embriões e óvulos também evoluíram significativamente, aumentando a segurança e melhorando as taxas de sucesso. Atualmente, é possível selecionar o embrião com maior potencial, realizando uma avaliação genética para verificar sua viabilidade e potencial de implantação. Essa abordagem se tornou mais seletiva, transferindo um único embrião de alta qualidade, ao invés de múltiplos, como era feito no passado.

Antes, a taxa de sucesso de gravidez para uma fertilização in vitro era de cerca de 15 a 20%, mas agora esse índice alcança 50%, embora vários fatores, como idade e outras condições de saúde, possam influenciar os resultados.

Vinicius Bassega ressaltou a importância do congelamento de óvulos até os 35 anos de idade, pois a partir dessa faixa etária há uma queda na qualidade e quantidade dos óvulos. No entanto, não há limite de tempo para o congelamento, possibilitando às mulheres mais flexibilidade para planejar suas famílias conforme suas circunstâncias pessoais.

O nascimento de Louise Brown há 45 anos foi um divisor de águas para a medicina reprodutiva, abrindo um novo mundo de possibilidades para casais e indivíduos que sonham em ter filhos. Com avanços contínuos e uma maior compreensão do processo de fertilidade, a jornada para a formação familiar tem sido revolucionada, tornando-se mais acessível e inclusiva.

 

COm informações da CNN