Personagem de Carano, Cara Dune, uma guerreira, apareceu em sete episódios de “O Mandaloriano” ao longo de duas temporadas; apenas o protagonista da série, interpretado pelo ator chileno Pedro Pascal, teve mais tempo na tela
Gina Carano, estrela da série de sucesso “O Mandaloriano”, do universo de Guerra nas Estrelas, foi demitida pela produtora Lucasfilm depois de postar mensagens “aberrantes” nas redes sociais sobre tópicos como o Holocausto.
A saída de Carano, uma ex-lutadora de artes marciais mistas de 38 anos que há muito alimenta polêmica por falar abertamente sobre questões políticas, ocorre no meio de uma campanha online pedindo sua expulsão, #FireGinaCarano (demitam Gina Carano), mas também gerou críticas dos defensores da atriz contra a “cultura do cancelamento”.
“Gina Carano não trabalha mais para a Lucasfilm e não há planos para que trabalhe no futuro”, disse um porta-voz dos estúdios em comunicado à AFP.
“No entanto, suas postagens nas redes sociais que difamam as pessoas com base em suas identidades culturais e religiosas são aberrantes e inaceitáveis”, acrescentou.
O personagem de Carano, Cara Dune, uma guerreira, apareceu em sete episódios de “O Mandaloriano” ao longo de duas temporadas; apenas o protagonista da série, interpretado pelo ator chileno Pedro Pascal, teve mais tempo na tela.
Com Dune ainda viva no final da segunda temporada e rumores circulando de que a personagem faria parte do recentemente anunciado spin-off de “Rangers of the New Republic”, a demissão de Carano foi vista como um forte sinal de tolerância zero da produtora, uma atitude elogiada por muitos internautas.
“Woo-hoo! Estou retomando a minha assinatura da @disneyplus porque eles finalmente decidiram #FireGinaCarano”, tuitou um usuário.
A postagem mais chocante foi uma citação que Carano compartilhou no Instagram dizendo que “os judeus foram espancados nas ruas, não por soldados nazistas, mas por seus vizinhos”.
Na continuação, a mensagem compara o tratamento dado aos judeus durante o Holocausto a “odiar alguém por suas opiniões políticas” hoje.
Carano já havia compartilhado mensagens afirmando: “Você tem mais probabilidade de ser atacado por ser um apoiador de Trump do que por sua raça na América hoje” e “Se você repetir uma mentira com frequência, isso se torna jornalismo.”
A atriz também compartilhou desinformação sobre o uso de máscaras e supostas fraudes eleitorais.
De acordo com o site Deadline, Carano também se “separou” da gigante agência de talentos de Hollywood UTA.
Nem Carano nem os representantes da UTA responderam imediatamente ao pedido da AFP para comentar o caso.
Alguns fãs se uniram em defesa de Carano, com um tuíte amplamente compartilhado usando a hashtag #WeLoveGinaCarano (nós amamos Gina Carano) que diz: “É absolutamente patético ver uma empresa do tamanho da Disney ajoelhar-se diante de um pequeno grupo de idiotas no Twitter que sequer comprariam seus produtos em primeiro lugar”.
Carano também ganhou o apoio do senador republicano do Texas Ted Cruz.
“A texana Gina Carano quebrou barreiras no universo de Guerra nas Estrelas: nem uma princesa, nem uma vítima, nem um Jedi emocionalmente torturado. Ela interpretou uma mulher que detonava e que as garotas admiravam. Ela foi fundamental para tornar Guerra nas Estrelas divertido novamente”, escreveu Cruz. “É claro que a Disney a ‘cancelou'”.