
DF inaugura primeiro Centro de Referência para Autismo após três anos de luta e emenda de Eduardo Pedrosa
O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou, nesta terça-feira (9), o primeiro Centro de Referência Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cretea) do DF. A nova unidade, localizada na Estação 108 Sul do Metrô, é resultado de uma antiga luta do deputado distrital Eduardo Pedrosa (União), que destinou emenda parlamentar para a concretização do projeto.
O centro, que também contou com recursos do Metrô-DF, recebeu um investimento total de R$ 747.095,61. A estrutura foi totalmente reformada e equipada para oferecer diagnóstico rápido, atendimento especializado e suporte multidisciplinar a crianças de até 10 anos com TEA. A equipe do Cretea é composta por psiquiatra, neuropediatra, pediatra, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social e fonoaudiólogos.
A vice-governadora Celina Leão, presente na inauguração, destacou a importância da iniciativa. “Nós teremos três centros aqui no Distrito Federal, esse foi o primeiro. Faremos um na região Norte e outro na região Sul. Precisávamos melhorar esse atendimento, então esse espaço vem justamente para resolver isso. Hoje também anunciamos um trabalho que será coordenado pela Secretaria de Educação, com criação de locais como esse dentro da pasta. E isso já está virando uma realidade com essas inaugurações de hoje”, afirmou.
Eduardo Pedrosa, que há três anos se dedica à causa, comemorou a inauguração do centro. “Bom, foram três anos de luta, né? Antes de qualquer coisa, a gente fica muito feliz de ver um projeto como esse finalmente saindo do papel. Sabemos que ainda existem muitos desafios pela frente e esse é só o primeiro passo, uma sementinha que está sendo plantada para que a gente possa avançar e garantir, no futuro, um acompanhamento digno para as famílias: com diagnóstico, com terapias necessárias, com cuidado de verdade”, declarou o deputado.
Pedrosa também ressaltou a urgência de garantir o acesso ao tratamento para todas as famílias do DF. “Eu não aceito que nenhuma mãe no Distrito Federal precise escolher entre colocar comida na mesa ou garantir a terapia do filho. Não dá mais pra ter mãe lutando por um diagnóstico, esperando anos na rede pública para conseguir atendimento para uma criança de 3, 4 anos. Isso tem que mudar, e é para isso que eu vou trabalhar todos os dias”, disse.
O deputado reconhece que o Cretea é um projeto piloto, mas o considera um grande avanço. “É claro que esse ainda é um projeto inicial, um piloto. Mas eu tenho certeza de que já é um grande passo. É um movimento que mostra que a causa está sendo vista, reconhecida e priorizada”, concluiu.
O Cretea conta com oito consultórios, salas de atendimento em grupo, um ginásio terapêutico, cozinha terapêutica e uma sala multissensorial. O objetivo é centralizar as etapas de acolhimento, avaliação e tratamento, reduzindo o tempo de espera e garantindo a continuidade no cuidado.
A inauguração do centro foi celebrada por pais e representantes de associações ligadas à causa autista. Marcelo Ribeiro dos Reis, pai de um filho autista e fundador do grupo Lutadores do Gueto, afirmou que o centro “é o sonho de todos os pais e mães de autistas”. Já Edilson Barbosa, presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab), disse que o Cretea “será importante para tirar essas pessoas do sofrimento”.
Segundo dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF tem 34,1 mil pessoas diagnosticadas com TEA, o que representa 1,2% da população local.










