
Sete líderes da facção foram levados de Bangu 1 sob forte escolta; governo afirma que medida busca enfraquecer a comunicação entre criminosos e conter novos ataques.
O governo do Rio de Janeiro transferiu nesta quarta-feira (12) sete chefes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. A operação foi conduzida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap-RJ) e autorizada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Os presos estavam detidos em Bangu 1, no Complexo de Gericinó, e foram transportados sob forte esquema de segurança do Grupamento de Intervenção Tática (GIT).
De acordo com o governo fluminense, os detentos integram a cúpula do Comando Vermelho, e a medida faz parte de uma estratégia para enfraquecer a comunicação entre os líderes da facção e seus subordinados dentro e fora do sistema prisional.
“A transferência reflete o compromisso do estado com o fortalecimento das políticas de segurança pública e com a adoção de medidas concretas para interromper a atuação de organizações criminosas a partir do sistema prisional”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL).
Ação integrada com o governo federal
A operação foi realizada em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que solicitou a remoção dos detentos após a identificação de risco de novos ataques no estado caso os chefes do CV permanecessem nas penitenciárias estaduais.
Segundo o MJSP, com a nova operação, o Rio de Janeiro passa a ser o estado com o maior número de presos sob custódia federal, totalizando 66 detentos de alta periculosidade. Somente em 2025, 19 novas inclusões foram feitas no Sistema Penitenciário Federal (SPF).
Quem são os presos transferidos
Os sete criminosos transferidos são apontados como principais articuladores do Comando Vermelho em diferentes regiões do Rio e do interior do estado:
Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha – atua no Complexo do Alemão;
Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho – administrador da “caixinha” do CV e com atuação em Resende;
Alexander de Jesus Carlos, o Choque ou Coroa – traficante do Complexo do Alemão;
Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor – integrante da comissão da facção e atuante no Morro Santo Amaro;
Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho – membro da comissão e ligado a Volta Redonda;
Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça – atua na comunidade do Sabão, em Niterói;
Eliezer Miranda Joaquim, o Criam – chefe do tráfico na Baixada Fluminense.
Segurança e impacto esperado
O governo do Rio e o Ministério da Justiça destacaram que a ação integra um plano nacional de enfrentamento ao crime organizado, com foco em interromper a influência de facções sobre o sistema prisional estadual.
As transferências para presídios federais — que possuem isolamento rigoroso, monitoramento permanente e comunicação restrita — são vistas como medida de contenção estratégica para reduzir o poder de articulação das organizações criminosas.









