
Deputados ocupam plenário e iniciam obstrução para pressionar votação de propostas como anistia a condenados de 8 de janeiro e impeachment de Moraes
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou uma reunião de líderes nesta quarta-feira (6) para discutir a pauta da semana legislativa, após parlamentares da oposição ocuparem a mesa do Plenário Ulysses Guimarães em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O Parlamento deve ser a ponte para o entendimento”, afirmou Motta em publicação nas redes sociais. Ele destacou ainda que a pauta da Câmara “sempre será definida com base no diálogo e no respeito institucional”.
Entre terça (5) e esta quarta-feira (6), deputados da oposição se revezaram em turnos de três horas e passaram a noite no plenário da Câmara, em uma ação coordenada para obstruir os trabalhos legislativos. A iniciativa também afeta os trabalhos no Senado Federal.
Os oposicionistas exigem que o Congresso paute temas considerados prioritários por aliados de Bolsonaro: a anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, e a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o foro privilegiado.
Em coletiva de imprensa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, chamou o conjunto de propostas de “pacote da paz”. “A solução dos problemas do Brasil está no Congresso Nacional”, afirmou.
A oposição promete manter a mobilização até que suas demandas sejam incluídas oficialmente na pauta do Congresso. A liderança da base governista ainda não confirmou se aceitará negociar os temas exigidos.