
Criptomoedas enfrentam correção após forte volatilidade e clima geopolítico tenso; analistas apontam possível queda até US$ 90 mil
Por volta das 15h25 (horário de Brasília) desta terça-feira (3), o Bitcoin apresentava queda de 1,15%, cotado a US$ 104.706,72, acumulando uma perda semanal de 6,60%. O Ethereum, segunda maior criptomoeda do mercado, recuava 2,44%, a US$ 2.577,64, com queda semanal de 2,70%, de acordo com dados da Binance.
Segundo o analista Alejandro Arrieche, da FxEmpire, o mercado foi atingido por uma forte onda de liquidações, com mais de US$ 600 milhões em posições compradas (longs) eliminadas em apenas 24 horas, em meio a um pico de volatilidade. “O rompimento de suportes pode sinalizar uma correção mais acentuada, com preços possivelmente recuando para a faixa dos US$ 90 mil”, destacou.
O ambiente geopolítico também contribui para o aumento da aversão ao risco. A tensão entre Washington e Pequim cresceu após declarações do ex-presidente americano Donald Trump, que acusou a China de violar acordos comerciais. Há ainda especulações sobre novas restrições ao setor de tecnologia chinês por parte dos EUA.
O Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento do mercado cripto, caiu de 65 (ganância) para 61, indicando um arrefecimento do apetite por risco.
Apesar do recuo desta semana, o cenário geral ainda aponta otimismo. Em maio, o Bitcoin registrou uma alta de 10%, ultrapassando os US$ 111 mil e renovando máximas históricas. O Ethereum subiu impressionantes 42,5% no mesmo período. A valorização foi impulsionada por avanços regulatórios nos Estados Unidos, incluindo:
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Arquivamento do processo da SEC contra a Binance;
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Anúncio da Trump Media sobre reserva em bitcoin de US$ 2,32 bilhões;
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Apresentação do projeto de lei CLARITY na Câmara dos Deputados dos EUA, que busca criar um marco legal para os ativos digitais.
Mesmo com a correção atual, analistas apontam que o ambiente regulatório mais estável e o crescente interesse institucional continuam sustentando uma tendência de alta no longo prazo.