Brasil encerra março com saldo positivo de 71.576 empregos formais, aponta Novo Caged

© Marcello Casal JrAgência Brasi
Pixel de Impressão banner campanha dengue

 

O Brasil registrou um saldo positivo de 71.576 empregos com carteira assinada no mês de março de 2025, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Esse resultado foi impulsionado por 2.234.662 admissões e 2.163.086 desligamentos, demonstrando uma geração líquida de empregos no período.

Embora o número seja positivo, ele representa uma desaceleração em relação a março de 2024, quando o saldo foi de 244.315 empregos. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atribuiu essa diferença ao fato de o carnaval deste ano ter ocorrido em março, enquanto no ano passado a festividade aconteceu em fevereiro. O feriado impacta diretamente a dinâmica do mercado de trabalho, com a redução de atividades em diversos setores durante o período.

Acumulado de 2025

No acumulado de janeiro a março de 2025, o saldo de empregos formais foi de 654.503, resultado de 7.138.587 admissões e 6.484.084 desligamentos. Marinho também destacou que os dados do Caged podem sinalizar uma possível redução da taxa de juros no país. Atualmente, a Selic está fixada em 14,25% ao ano, e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reunirá na próxima semana. O ministro comentou que o bom desempenho do mercado de trabalho pode ser um indicativo de que a política monetária restritiva pode ser revisada, favorecendo uma flexibilização na economia.

“De repente isso deixa o povo do Banco Central feliz, quem sabe eles possam com isso tirar o pé do freio da contenção e liberar a economia para funcionar melhor. Está na hora de falar em parar de aumentar a taxa Selic e falar em reduzir a taxa Selic. Essa é a mensagem do mercado de trabalho”, afirmou Marinho.

Setores econômicos

O mês de março também apresentou resultados variados entre os diferentes setores da economia. Três dos cinco grandes grupamentos de atividades registraram saldos positivos, enquanto dois apresentaram redução no número de vagas:

  • Serviços: +52.459 postos

  • Construção: +21.946 postos

  • Indústria: +13.131 postos

  • Comércio: -10.310 postos

  • Agropecuária: -5.644 postos

Distribuição regional

Em termos regionais, o Sudeste liderou a geração de empregos, com um saldo positivo de 48.086 postos. O Sul e o Centro-Oeste também apresentaram bons resultados, com 24.533 e 6.962 postos, respectivamente. O Norte gerou 5.170 vagas. Por outro lado, o Nordeste teve um desempenho negativo, com a perda de 13.199 postos de trabalho. Das 27 unidades da Federação, 19 registraram saldos positivos.

Perfil dos trabalhadores

Em março, as mulheres tiveram um aumento significativo de postos de trabalho, com 48.922 vagas geradas, enquanto os homens registraram 22.654 novos empregos. A faixa etária com maior saldo positivo foi a de 18 a 24 anos, com 77.902 postos.

Taxa de desocupação

Ainda nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, apontando que o Brasil fechou o primeiro trimestre de 2025 com uma taxa de desocupação de 7%. Embora tenha sido superior ao trimestre anterior (6,2%), o índice é o menor registrado para os meses de janeiro a março desde o início da série histórica.

O cenário de recuperação no mercado de trabalho, somado à taxa de desocupação ainda em queda, pode indicar um cenário mais favorável para a economia brasileira nos próximos meses, caso a tendência de geração de empregos seja mantida.