Decisão do STF impediu comunicação entre os dois, mas cenário pode mudar após denúncia da PGR
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, avalia entrar com uma ação para revogar a proibição de contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A restrição foi imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há pouco mais de um ano, após a Operação Tempus Veritatis, realizada pela Polícia Federal (PF) em fevereiro de 2024.
A medida impediu qualquer tipo de comunicação entre os dois, inclusive por meio de advogados, e proibiu que compartilhassem o mesmo ambiente. Durante a operação, a sede do PL em Brasília foi alvo de mandados de busca e apreensão, e Valdemar chegou a ser preso por porte ilegal de armas.
Novo contexto na Justiça
Um ano depois, a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu denunciar Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado no Brasil. No entanto, o nome de Valdemar Costa Neto não aparece na lista dos denunciados.
Diante disso, aliados do presidente do PL acreditam que o momento pode ser oportuno para que ele solicite o fim da proibição de contato com Bolsonaro. Segundo interlocutores, a medida pode ser protocolada já na próxima semana, uma vez que Bolsonaro entregou sua manifestação de defesa ao STF.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, afirmou que Valdemar sempre demonstrou interesse em retomar a comunicação com Bolsonaro e que, agora, a restrição faz ainda menos sentido. No entanto, ele não confirmou se o dirigente partidário efetivamente entrará com o pedido.
Divisão de opiniões
Dentro do partido, há divergências sobre a estratégia. Enquanto alguns defendem que Valdemar deve agir o quanto antes, outros acreditam que o melhor seria evitar chamar atenção neste momento, já que Bolsonaro ainda enfrentará outros desdobramentos judiciais.
Apesar dessas diferenças, a maioria das pessoas próximas a Valdemar considera inevitável que ele e Bolsonaro voltem a se comunicar. Desde a decisão do STF, os dois só puderam se encontrar uma única vez, na missa de sétimo dia da mãe de Valdemar. Em outros eventos, tiveram que ajustar suas agendas para evitar encontros diretos.
A expectativa agora é se o presidente do PL dará o próximo passo para restabelecer o diálogo com Bolsonaro.
