
Força-tarefa do governo busca evitar restrições ao principal mercado de carne bovina brasileira
O governo brasileiro mobilizou uma força-tarefa para elaborar uma manifestação formal ao Ministério do Comércio da China, após o país asiático iniciar uma investigação que pode impactar a exportação de carne bovina brasileira. A apuração chinesa abrange todas as exportações do produto entre 2019 e o primeiro semestre de 2024 e deve durar até oito meses.
O Ministério da Agricultura, o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio estão trabalhando em conjunto para preparar um documento oficial, que precisa ser protocolado em até 20 dias, a partir desta segunda-feira (30). A resposta será apresentada como parte do processo de investigação instaurado pelos chineses.
Preocupação com o mercado chinês
O objetivo central da manifestação brasileira é demonstrar que as exportações de carne bovina do Brasil não causaram prejuízos à indústria local chinesa. Atualmente, a China é o maior mercado comprador do produto brasileiro, e há preocupação de que a investigação possa levar à imposição de barreiras comerciais, como tarifas adicionais. Atualmente, a tarifa sobre a carne bovina brasileira é de 12%.
Setor privado engajado
Além da articulação governamental, o setor privado também está participando das discussões. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informou, em nota divulgada na última sexta-feira (27), que está acompanhando o caso de perto e reforçou a importância do diálogo com a China.
“A Abiec reforça o diálogo construtivo e o fortalecimento dos laços de confiança com a China, contribuindo para soluções que atendam aos interesses de ambas as nações”, destacou a associação.
Relação estratégica
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e a carne bovina é um dos principais produtos exportados. Eventuais restrições podem impactar significativamente a balança comercial e o setor pecuário nacional. A força-tarefa formada pelo governo brasileiro visa preservar esse mercado estratégico, garantindo que o Brasil continue sendo um dos maiores fornecedores de carne para os chineses.
O desfecho da investigação chinesa será acompanhado com atenção nos próximos meses, enquanto o governo e o setor privado buscam minimizar riscos e fortalecer os laços comerciais entre os dois países.