Consumo regular de azeite de oliva pode reduzir o risco de demência fatal, indica estudo

Foto de Dimitri Karastelev na Unsplash

 

Um novo estudo divulgado pela Sociedade Americana de Nutrição durante um evento anual em Boston, nos Estados Unidos, traz uma descoberta promissora para a prevenção do Alzheimer e outras doenças relacionadas à demência. A pesquisa sugere que consumir regularmente azeite de oliva pode reduzir significativamente as chances de contrair demência fatal, como a doença de Alzheimer, podendo diminuir o risco em até 28%.

O estudo, realizado por pesquisadores da Escola Chan de Saúde Pública em Harvard, é o primeiro a investigar a relação entre a dieta e a morte relacionada à demência. Durante três décadas, os cientistas analisaram questionários dietéticos e registros de óbito de mais de 90 mil americanos, dos quais 4.749 participantes do estudo faleceram de demência.

Segundo Anne-Julie Tessier, PhD em Saúde Pública, a pesquisa fortalece as diretrizes dietéticas que recomendam o consumo de óleos vegetais, como o azeite de oliva. Além de beneficiar a saúde do coração, o estudo sugere que o azeite também pode ter efeitos positivos para a saúde do cérebro. Acredita-se que certos compostos antioxidantes presentes no azeite possam atravessar a barreira hematoencefálica e exercer um efeito direto no cérebro, contribuindo para a prevenção ou retardamento da demência.

As conclusões apontam que pessoas que consomem mais de meia colher de sopa de azeite de oliva por dia têm um risco 28% menor de morrer de demência, em comparação com aquelas que raramente ou nunca consomem esse alimento. Além disso, substituir apenas uma colher de chá de margarina ou maionese por uma quantidade equivalente de azeite diariamente está associado a um risco 8% a 14% menor de morte por demência.

Apesar dos resultados promissores, a pesquisadora Anne-Julie Tessier alerta que o estudo é observacional e não prova que o azeite é a causa direta da redução do risco de demência fatal. Ensaios controlados randomizados seriam necessários para confirmar esses efeitos e determinar a quantidade ideal de azeite a ser consumida para obter esses benefícios. No entanto, a pesquisa reforça as recomendações dietéticas e aponta para o uso de azeite de oliva em substituição a margarina ou maionese como uma opção saudável para a prevenção de doenças neurodegenerativas.