Uma pesquisa conduzida pelo King’s College London, no Reino Unido, revelou que os efeitos da Covid-19 na atividade cerebral podem ser tão impactantes que equivaleriam a um envelhecimento cerebral de até 10 anos. Os estudos demonstraram que mesmo após dois anos da infecção, as pessoas ainda podem ser afetadas pelos efeitos pós-covid.
Publicado no renomado periódico científico The Lancet, o estudo analisou o impacto da chamada Covid prolongada em três grupos distintos de pessoas: aquelas que nunca contraíram o vírus, as que se consideravam totalmente recuperadas e aquelas que ainda sentiam que estavam sendo afetadas por ele.
Ao todo, 3.335 indivíduos participaram das pesquisas, que foram realizadas em duas etapas. Durante essas fases, os participantes foram submetidos a testes de desempenho cognitivo, que avaliaram aspectos como memória de trabalho, atenção, raciocínio e controle motor. Os testes foram realizados entre 12 de julho e 27 de agosto de 2021 e entre 28 de abril e 21 de junho de 2022.
Os resultados apontaram que os participantes que foram afetados pelos sintomas da Covid por três meses ou mais tiveram um desempenho pior nas tarefas cognitivas em comparação àqueles que apresentaram sintomas por um período mais curto. Isso indica que a Covid prolongada pode ter um impacto significativo na função cerebral a longo prazo.
Embora o comprometimento cognitivo já tenha sido relatado após várias infecções, ainda não está claro se esses déficits melhoram com o tempo. A maioria dos estudos até o momento concentrou-se em indivíduos hospitalizados com acompanhamento de até um ano. Porém, a pesquisa do King’s College London focou em casos comunitários, que ainda são relativamente inexplorados quanto à presença, magnitude, persistência e correlações dos efeitos.
Os resultados deste estudo destacam a importância de se compreender a extensão dos efeitos da Covid-19 no cérebro e de se desenvolver estratégias de apoio e cuidado para aqueles que experimentam os sintomas prolongados da doença. Além disso, reforça a relevância contínua de pesquisas científicas para mapear os impactos de longo prazo da pandemia na saúde das pessoas.
Com informações da CNN
