O ator e drag queen brasileiro completaria 71 anos nesta quarta-feira (29/3). “Ele foi e continua sendo um modelo para outros gays na América do Sul e ao redor do mundo”, diz o Google na homenagem
O ator e drag queen brasileiro Jorge Lafond, conhecido pela personagem Vera Verão, é o homenageado do doodle do Google, desta quarta-feira (29/3) — data em que completaria 71 anos. Nascido em 29 de março de 1952, no município carioca de Nilópolis, Lafond morreu aos 50 anos, em 11 de janeiro de 2003, por infarto fulminante.
Sua carreira artística começou como bailarino no exterior, aos 17 anos. Ele estudou balé clássico e dança africana. Depois, o artista entrou para a equipe de bailarinos do programa global Fantástico, em 1974. Em seguida, trabalhou no programa Viva o gordo, do apresentador Jô Soares, e no especial infantil Plunct Plact, Zuuum, ao lado das cantoras Maria Bethânia e Aretha Marcos.
Como ator, Jorge atuou na novela Sassaricando, também da TV Globo, e depois no programa humorístico Os Trapalhões, interpretando o personagem Soldado Divino.
Apesar da extensa carreira artística, Jorge alavancou ao sucesso mesmo com a personagem Vera Verão, no programa A Praça é nossa, do SBT. Lá, ele brilhou durante uma década, entre 1990 e 2000, com o famoso bordão “Êeeepa! Bicha não!” e com um humor inteligente e imponente.
Lafond também foi destaque em desfiles de escolas de samba de São Paulo e Rio de Janeiro, estreando nu em cima de um carro alegórico da escola Imperatriz Leopoldinense, em 1989.
O ator também é considerado um ícone da comunidade LGBTQIA+. Em uma entrevista à revista Raça, Jorge disse que já tinha consciência de que era homossexual na infância, mas tinha medo dos pais descobrirem. “As pessoas falavam que ser gay era uma coisa muito feia, e eu ficava com a cabeça tontinha. Mas o medo de meus pais descobrirem era tão grande que eu procurava andar na linha e estudar bastante”, afirmou.
Segundo o Google, Lafond foi pioneiro na representação de uma identidade que ajudou a quebrar pensamentos tradicionais e homofóbicos. “A bem-humorada Vera colocou Jorge no centro das atenções, mas às vezes ele não era convidado a aparecer com toda a sua autenticidade. Muitos espaços não receberam Jorge como um homem abertamente gay que usava roupas não tradicionais,” destaca a plataforma.
“Ele foi e continua sendo um modelo para outros gays na América do Sul e ao redor do mundo. Ele exibiu suas habilidades de dança, moda e comédia e nunca se desculpou por estar fora das expectativas de alguém sobre o que um artista deveria ser,” acrescentou o Google.