
Embaixador André Corrêa do Lago reconhece dificuldades para atingir o valor prometido no Acordo de Paris e cita cenário geopolítico conturbado como obstáculo para avanços nas negociações.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 — conferência do clima que começa em menos de um mês em Belém (PA) —, admitiu nesta quinta-feira que a meta de US$ 1,3 trilhão destinada ao financiamento de projetos de combate ao desmatamento, preservação das florestas e transição energética não será alcançada.
“Olha, não vamos ver US$ 1,3 trilhão em Belém, não, infelizmente”, afirmou o diplomata durante um evento promovido pela CNN em Brasília, que contou também com a presença do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Segundo ele, apesar das limitações, ainda há possibilidade de ampliar a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais. “Vai ser difícil, mas é possível multiplicar por dois ou três essa capacidade”, completou.
A meta trilionária havia sido proposta por especialistas como o valor mínimo que os países ricos deveriam transferir às nações em desenvolvimento para viabilizar políticas efetivas contra as mudanças climáticas. Corrêa do Lago presidiu, entre segunda e terça-feira, a reunião Pré-COP, que reuniu representantes de governos e organizações civis para buscar consensos antes da cúpula em Belém.
O embaixador destacou, contudo, que as negociações ocorrem em um cenário internacional desafiador, marcado por conflitos e disputas econômicas que dificultam avanços nos compromissos ambientais.