Operação Alquimia investiga uso de metanol em bebidas alcoólicas e fiscaliza 24 empresas do setor sucroalcooleiro

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Ação da Polícia Federal e de outros órgãos ocorre em cinco estados e busca rastrear possíveis irregularidades na produção e distribuição de álcool; substância é altamente tóxica e representa grave risco à saúde.

 

 

 


Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (16) em cinco estados brasileiros investiga o uso irregular de metanol na fabricação de bebidas alcoólicas. Batizada de Operação Alquimia, a ação é conduzida por uma força-tarefa que reúne a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ao todo, 24 empresas do setor sucroalcooleiro, além de importadores e distribuidores de metanol, são alvos da fiscalização nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A operação é um desdobramento das investigações Boyle e Carbono Oculto, que apuraram esquemas de adulteração de combustíveis e desvio de metanol importado por empresas químicas para firmas de fachada.

De acordo com a Receita Federal, há fortes indícios de que o metanol adulterado esteja sendo utilizado na produção clandestina de bebidas alcoólicas, o que representa um grave risco à saúde pública. O objetivo da operação é coletar amostras e verificar a regularidade da composição química dos produtos fabricados pelas empresas investigadas.

Segundo a Polícia Federal, os resultados obtidos servirão de base para as investigações em andamento sobre casos de contaminação por metanol registrados desde setembro. As empresas foram selecionadas com base no potencial envolvimento na cadeia de importação e distribuição do composto químico.

A operação mobilizou 80 policiais federais e 70 servidores de outros órgãos, com ações em 18 cidades, incluindo Guarulhos, Limeira, Campo Grande, Dourados e Paranaguá.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o metanol deve estar presente em bebidas alcoólicas em níveis inferiores a 0,1%, já que a substância é altamente tóxica e pode causar cegueira, insuficiência renal e até morte.

Além do risco sanitário, o impacto econômico é expressivo: segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), o setor de bebidas alcoólicas sofre perdas anuais de R$ 85,2 bilhões devido à adulteração, falsificação e contrabando de produtos.

 

 

 

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Arte/Agência Brasil