
Ex-presidente é acusado de liderar plano golpista; processo pode se estender até 12 de setembro
O primeiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) contou com a presença de parlamentares do PT, PSOL e PCdoB, nesta terça-feira (2). A análise do processo, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, deve se estender até o próximo dia 12.
Entre os deputados presentes estavam Lindbergh Farias (PT-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Enquanto Vieira e Lindbergh passavam boa parte do tempo no celular, Melchionna acompanhava atentamente a leitura do relatório de Moraes. Jandira alternava entre prestar atenção e conversas com os colegas.
Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser o líder de uma organização criminosa que tentou articular um golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A denúncia aponta a elaboração de uma minuta golpista, a pressão sobre as Forças Armadas e a tentativa de desacreditar o sistema eleitoral com notícias falsas.
Além do ex-presidente, outros sete aliados também são réus:
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Alexandre Ramagem (PL-SP), deputado federal
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Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
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Augusto Heleno, ex-chefe do GSI
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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator
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Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil
O julgamento começou com a leitura do relatório de Moraes e a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. As defesas terão uma hora cada para apresentar seus argumentos, incluindo o advogado de Bolsonaro, Celso Villardi. Os votos dos ministros devem ocorrer apenas na próxima semana.
Nos bastidores do STF, a expectativa é de condenação do ex-presidente, mas há dúvidas sobre se a decisão será unânime. O ministro Luiz Fux é visto como possível divergente em relação ao relator.
A denúncia da PGR também cita o chamado “plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa até o assassinato de autoridades, entre elas Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo o órgão, Bolsonaro tinha ciência e deu aval à proposta.
A defesa do ex-presidente nega todas as acusações.