WhatsApp remove 6,8 milhões de contas ligadas a golpes no primeiro semestre de 2025

Foto de Dimitri Karastelev na Unsplash

Meta aponta que criminosos do Sudeste Asiático usavam o app para aplicar fraudes digitais com trabalho forçado e técnicas avançadas, inclusive com uso de inteligência artificial


O WhatsApp excluiu 6,8 milhões de contas fraudulentas no primeiro semestre de 2025 em uma ação global contra golpes digitais, segundo comunicado divulgado pela Meta, empresa responsável pelo aplicativo. A medida integra um esforço contínuo para conter a crescente sofisticação de esquemas criminosos que se espalham por mensagens e grupos na plataforma.

De acordo com a Meta, muitas das contas eliminadas estavam ligadas a centros de fraude no Sudeste Asiático, especialmente em países como Mianmar, Camboja e Tailândia. Esses centros não apenas movimentam bilhões de dólares em fraudes digitais, como também são conhecidos por empregar trabalho forçado, com vítimas aliciadas para atuarem em esquemas sob coação.

Um dos métodos mais comuns identificados envolve o sequestro de contas de WhatsApp e a adição de usuários a grupos falsos de investimento, especialmente relacionados a criptomoedas e plataformas de pagamento. Os golpistas normalmente iniciam o contato por SMS ou redes sociais e migram rapidamente para aplicativos de mensagens, onde aplicam o golpe.

Para frear essas práticas, o WhatsApp anunciou novos recursos de segurança, incluindo alertas ao ser adicionado por desconhecidos a grupos e melhorias no sistema de detecção de atividades suspeitas. A Meta afirma que parte significativa das contas foi removida antes mesmo de serem utilizadas ativamente pelos criminosos.

Em um dos casos investigados, a Meta revelou ter atuado em parceria com a própria equipe do WhatsApp e com a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, para desmontar uma fraude operada a partir do Camboja. O grupo prometia pagamentos em troca de curtidas em postagens nas redes sociais, como fachada para um esquema de pirâmide envolvendo aluguel de scooters. Segundo a Meta, instruções escritas com o auxílio do ChatGPT eram enviadas às vítimas, demonstrando como a inteligência artificial pode ser explorada por golpistas.

Apesar do avanço no combate aos golpes, a Meta alerta que o risco persiste. Especialistas e autoridades recomendam que os usuários mantenham verificação em duas etapas ativada, desconfiem de promessas de lucro fácil e fiquem atentos a mudanças incomuns em conversas ou contatos desconhecidos.

A Meta reiterou que continua aprimorando suas ferramentas de segurança e cooperando com autoridades e empresas de tecnologia para tornar o ambiente digital mais seguro para seus mais de 2 bilhões de usuários em todo o mundo.