Distrito Federal confirma dois casos de raiva em morcegos e reforça alerta à população

Foto de René Riegal na Unsplash

Animais infectados foram encontrados em Sobradinho e Planaltina; Secretaria de Saúde alerta para a gravidade da doença e orienta sobre medidas de prevenção


A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou nesta semana dois casos positivos de raiva em morcegos, identificados nas regiões administrativas de Sobradinho e Planaltina. Os laudos laboratoriais foram emitidos nos dias 2 e 5 de julho e confirmam a presença do vírus da raiva na espécie Artibeus lituratus, conhecida como morcego-da-cara-branca, de hábitos frugívoros (alimentação baseada em frutas).

De acordo com o comunicado oficial, não houve exposição humana direta aos animais infectados — ambos tiveram contato apenas com cães. Mesmo assim, a secretaria alerta para o alto risco da doença, que tem letalidade próxima de 100%.

“Diante do cenário epidemiológico atual, que evidencia a circulação do vírus da raiva em morcegos do Distrito Federal, e considerando a altíssima letalidade da doença, torna-se imprescindível intensificar as medidas de prevenção, vigilância e controle”, destacou a pasta em nota oficial.

Monitoramento e orientações

Como parte da resposta, a vigilância sanitária do DF instalará armadilhas em áreas estratégicas para capturar morcegos e ampliar o monitoramento por meio de exames laboratoriais. A SES-DF pede que a população não toque ou tente recolher morcegos ou animais silvestres e entre em contato com as autoridades sanitárias caso encontre algum animal suspeito, vivo ou morto.

Canais de contato com a equipe de zoonoses:

  • Telefones: (61) 3449-4432 / 3449-4434

  • Disque Saúde: 160

Outras recomendações importantes incluem:

  • Vacinação anual de cães e gatos, feita em campanhas da SES-DF, e vacinação de rebanhos rurais, sob responsabilidade da Seagri;

  • Evitar alimentar, abrigar ou manter animais silvestres em ambientes domésticos;

  • Em caso de mordida, arranhão ou contato com saliva de morcegos ou animais desconhecidos, lavar o local com água e sabão imediatamente e procurar a unidade de saúde mais próxima;

  • Não confiar na aparência saudável de animais silvestres, pois a infecção pode ser silenciosa.

Sobre a doença

A raiva é causada por um vírus do gênero Lyssavirus e afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo seres humanos. A transmissão ocorre por meio da saliva de animais infectados, geralmente através de mordidas, arranhões ou lambidas em feridas abertas.

Após o contágio, o vírus se desloca dos nervos periféricos até o cérebro, causando encefalite aguda e progressiva, que leva à morte na quase totalidade dos casos. Não há tratamento eficaz uma vez que os sintomas neurológicos se manifestam. Apenas cinco casos de cura foram documentados no mundo, todos com sequelas permanentes.

“A única estratégia eficaz contra a raiva em humanos é a prevenção com vacina e soro, conforme protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, reforça a SES.

Mais informações sobre a doença, locais de vacinação e protocolos de segurança estão disponíveis por meio do telefone (61) 3449-4439 ou pelo e-mail da área técnica de zoonoses da SES-DF.