Haddad defende “reglobalização sustentável” e justiça tributária global

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Em discurso neste sábado (5), ministro da Fazenda destacou o papel do Brics na construção de um sistema econômico mais justo, sustentável e cooperativo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu neste sábado (5) uma “reglobalização sustentável”, durante a abertura da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics. A proposta, segundo ele, consiste em uma nova aposta na globalização, desta vez pautada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo.

Em sua fala, Haddad reiterou o apoio do Brasil ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária. O objetivo é criar um acordo tributário global mais justo, no qual os super-ricos do planeta passem a pagar sua devida contribuição. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo”, afirmou.

Haddad ressaltou que o Brics nasceu justamente da demanda dos países membros por maior protagonismo no sistema financeiro internacional, representando atualmente quase metade da população mundial. “Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização”, pontuou.

O ministro também relembrou a liderança do Brasil à frente do G20, ocasião em que lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e defendeu a tributação progressiva dos super-ricos. “Já naquele momento, fizemos da defesa do multilateralismo uma marca da presidência brasileira. De lá para cá, essa defesa se tornou urgente. Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo”, disse.

Sobre a crise climática, Haddad destacou que os países do Brics estão desenvolvendo instrumentos inovadores para acelerar a transformação ecológica. Entre eles, mencionou o debate em torno da criação do Tropical Forest Forever Facility (TFFF), um fundo voltado à preservação das florestas tropicais e à promoção de economias de baixo carbono.

“Nos últimos dias, conversamos muito sobre o Tropical Forest Forever Facility. Estou convencido de que o Brics pode desempenhar um papel decisivo em sua criação, com um anúncio de grande impacto durante a COP 30”, adiantou o ministro. Ele concluiu sua participação reforçando a proposta brasileira de um mundo mais estável e cooperativo: “Serenidade e ambição são as marcas da nossa presidência.”