
Ministro da Fazenda destaca reservas cambiais, saldo comercial positivo e super safra como garantias diante dos impactos do tarifaço de Trump
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu nesta sexta-feira (11) que o Brasil está preparado para enfrentar eventuais turbulências econômicas globais, provocadas principalmente pelas novas taxações adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista à BandNews TV, Haddad afirmou que o país dispõe de um “colchão de proteção” robusto, formado por reservas cambiais, saldo comercial elevado e uma super safra agrícola.
“Está em curso um movimento que nós precisamos ver como é que vai terminar. Mas assim como em outras crises, como em 2008, o Brasil agora tem de US$ 75 bilhões a US$ 95 bilhões de saldo comercial e mais de US$ 300 bilhões de reservas cambiais”, destacou.
O ministro ressaltou que o país tem mantido boas relações comerciais com diversos mercados globais desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o Brasil “não deve nada para ninguém”.
Segundo Haddad, a atual solidez econômica brasileira permite enfrentar choques externos com maior segurança. “Desde que pagou sua dívida externa, acumulou saldo comercial e mantém reservas cambiais, o Brasil tem um colchão de proteção para se defender de turbulências externas. Isso já aconteceu em 2008 e pode acontecer agora”, reiterou.
Efeitos globais e oportunidades
Apesar da cautela, o ministro também vê possíveis efeitos positivos para o Brasil diante do atual cenário internacional. Ele acredita que o tarifaço de Trump pode impulsionar as exportações brasileiras e acelerar acordos comerciais em negociação, como o Mercosul-União Europeia.
“O Brasil tem uma posição privilegiada. Exportamos mais para os Estados Unidos, para a União Europeia e para a China. Temos um acordo de livre comércio firmado com a União Europeia que, na minha opinião, vai ser acelerado em função do que aconteceu”, afirmou Haddad.
Crescimento e inflação
Mesmo com os sinais de instabilidade global, o ministro prevê crescimento econômico de 2,5% para o Brasil em 2025 e acredita que a inflação deve se manter em níveis mais adequados ao longo do ano. Ainda assim, ele admite que o país poderá sentir impactos, a depender da evolução das medidas protecionistas no cenário internacional.
“Nós podemos, eventualmente, a julgar pelos movimentos, sofrer algum impacto. Mas é claro que se o mundo estiver ruim, isso é ruim para todo mundo”, concluiu.
O cenário reforça a importância de políticas econômicas sólidas e diversificação comercial como estratégias centrais para manter a estabilidade frente a um ambiente internacional em constante mudança.