Brasília, Rio e São Paulo lideram influência na gestão pública e empresarial, aponta IBGE

© Marcello Casal JrAgência Brasi

Pesquisa revela que essas cidades concentram o maior número de empresas e órgãos públicos com impacto nacional

Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo ocupam o topo do ranking das cidades com maior influência nas gestões pública e empresarial no Brasil. A constatação faz parte da pesquisa Gestão do Território 2024, divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento analisou a presença de empresas com impacto em outros municípios e a concentração de órgãos públicos federais e estaduais.

De acordo com os pesquisadores, essas três cidades abrigam grande parte das decisões que afetam tanto a economia quanto a administração pública de outros municípios. O estudo reforça a posição de São Paulo como o principal centro empresarial, enquanto Brasília segue como o maior polo de gestão pública do país.

Influência empresarial: São Paulo lidera rede de negócios

Para avaliar a influência empresarial dos municípios, o IBGE analisou a presença de sedes de grandes empresas e o número de filiais ligadas a essas sedes em outras cidades. São Paulo aparece na liderança, seguida por Rio de Janeiro e Brasília. Entre os dez primeiros colocados, oito são capitais de estados.

Ranking de influência empresarial:

  1. São Paulo (SP)

  2. Rio de Janeiro (RJ)

  3. Brasília (DF)

  4. Belo Horizonte (MG)

  5. Curitiba (PR)

  6. Porto Alegre (RS)

  7. Fortaleza (CE)

  8. Campinas (SP)

  9. Barueri (SP)

  10. Recife (PE)

O estudo também destaca a presença de cidades como Barueri e Osasco, na região metropolitana de São Paulo, que sediam grandes empresas e têm forte impacto sobre a economia nacional. Um exemplo citado é o Bradesco, cuja sede em Osasco influencia diretamente dezenas de municípios pelo país.

Empresas sediadas em SP geram mais de 1,8 milhão de empregos em outras cidades

O levantamento do IBGE também analisou o total de funcionários que empresas contratam em filiais fora de seus municípios-sede. São Paulo novamente aparece na liderança, com 1,85 milhão de trabalhadores empregados em outros municípios.

Cidades cujas empresas geram mais empregos em outros municípios:

  • São Paulo (SP): 1.855.722 empregos

  • Rio de Janeiro (RJ): 486.696

  • Brasília (DF): 315.047

  • Belo Horizonte (MG): 261.371

  • Barueri (SP): 197.356

  • Fortaleza (CE): 118.860

  • Porto Alegre (RS): 117.568

  • Osasco (SP): 108.856

  • Itajaí (SC): 103.241

  • Curitiba (PR): 99.072

Um dos destaques do estudo foi o crescimento expressivo da cidade de Itajaí (SC), que viu o número de funcionários empregados fora do município aumentar em 79,8% desde a última edição da pesquisa, em 2012. Esse avanço é atribuído ao desenvolvimento do setor industrial e do polo naval e portuário da região.

Por outro lado, o Rio de Janeiro e Brasília apresentaram quedas na geração de empregos fora de suas cidades, com reduções de 18,2% e 21,2%, respectivamente.

Brasília domina gestão pública, seguida por Rio e São Paulo

Na administração pública, a pesquisa do IBGE mostra que Brasília ocupa isoladamente o maior nível hierárquico, por concentrar a sede do governo federal e das principais instituições públicas nacionais.

No segundo nível hierárquico, aparecem Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. O estudo destaca que o Rio ainda mantém influência significativa devido ao período em que foi capital do país e à presença de instituições como o próprio IBGE.

Ranking da gestão pública:

  1. Brasília (DF)

  2. Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Recife (PE)

  3. Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Belém (PA) e Florianópolis (SC)

Além disso, o IBGE aponta que existe um reforço mútuo entre os setores público e privado. Brasília atrai empresas devido à presença do governo federal, enquanto cidades como São Paulo, que possuem grande concentração de empresas, demandam mais serviços públicos e investimentos governamentais.

Conclusão: influência econômica e administrativa concentrada

A pesquisa Gestão do Território 2024 confirma um padrão de concentração do poder decisório nas grandes capitais, principalmente no Sudeste. São Paulo se mantém como o maior polo empresarial do país, enquanto Brasília continua a ser o principal centro de gestão pública. O estudo também destaca o impacto econômico de cidades emergentes, como Itajaí e Barueri, que vêm ganhando protagonismo no cenário nacional.

Os dados reforçam que as redes empresariais e administrativas seguem a distribuição de renda e investimentos no Brasil, o que, segundo especialistas, pode influenciar o planejamento de políticas públicas e estratégias de desenvolvimento regional nos próximos anos.