
Especialistas discutem impacto da influenza e reforçam importância da vacinação para a população acima de 60 anos
O número de hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pelo vírus da gripe aumentou 189% em 2024, em comparação com o ano anterior, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). O crescimento expressivo das internações levou a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) a organizarem, nesta quarta-feira (26), o encontro “Além da Gripe – Um debate sensível à gravidade dos riscos e impactos provocados pelo vírus da influenza”.
O evento tem como objetivo alertar a população sobre os perigos da gripe para idosos, especialmente diante dos baixos índices de vacinação e da sazonalidade do vírus. Com a chegada do outono e a queda das temperaturas em diversas regiões do país, especialistas apontam que a circulação do vírus tende a se intensificar, aumentando os riscos de complicações e hospitalizações.
Gripe pode provocar infartos e AVCs em idosos
Estudos indicam que, a partir dos 40 anos, os riscos de complicações graves após uma infecção por influenza aumentam significativamente. De acordo com as entidades organizadoras do evento, os dados são preocupantes:
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O risco de ataque cardíaco cresce dez vezes nos três primeiros dias após a infecção.
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O risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é oito vezes maior no mesmo período.
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Idosos infectados pelo vírus da gripe podem permanecer com risco elevado de AVC por até dois meses após a contaminação.
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As admissões em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) cresceram 187%.
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O número de óbitos em decorrência da influenza aumentou 157%.
Os especialistas alertam que a vacinação continua sendo a melhor forma de proteção contra o vírus da gripe. No entanto, os índices de imunização da população idosa no Brasil permanecem abaixo do ideal, o que agrava o cenário de complicações e internações.
Importância da vacinação e prevenção
Diante do aumento das hospitalizações e da gravidade das complicações associadas à gripe, a Sociedade Brasileira de Infectologia reforça a necessidade de medidas preventivas, incluindo:
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Vacinação anual contra a gripe, especialmente para idosos e grupos de risco.
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Higienização frequente das mãos para evitar a disseminação do vírus.
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Uso de máscaras em ambientes fechados durante picos de contágio.
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Procura imediata por atendimento médico ao surgirem sintomas graves, como febre alta e dificuldade para respirar.
Com a intensificação do debate sobre os riscos da gripe, os especialistas esperam que a conscientização da população ajude a reduzir o número de hospitalizações e óbitos causados pela influenza em 2024.