
Órgão divulga recomendações para profissionais de saúde e populações ribeirinhas após desabamento de ponte com carga química
O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica com orientações para a população que vive próxima ao Rio Tocantins, após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). No acidente, caminhões transportando agrotóxicos e ácido sulfúrico caíram no rio, levantando preocupações sobre possíveis contaminações.
Apesar do risco, a pasta informou que, até o momento, não há indícios de contaminação da água. No entanto, uma equipe técnica segue monitorando a situação, já que os materiais químicos permanecem no leito do rio e representam potencial perigo para o meio ambiente e a saúde humana.
Monitoramento contínuo e impacto ambiental
O Ministério da Saúde destacou que uma possível contaminação poderia afetar comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas e moradores da região, prejudicando o consumo de água e a pesca, atividades essenciais para a subsistência local.
Representantes do setor de saúde dos estados do Maranhão e do Tocantins realizam reuniões semanais para acompanhar a evolução do caso. As secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente, Atenção Especializada em Saúde, Saúde Indígena e Atenção Primária à Saúde estão envolvidas na resposta ao incidente.
A nota técnica traz diretrizes para mitigar impactos na saúde humana, animal e ambiental. “O objetivo é minimizar a confusão e o pânico, estabelecendo confiança, reduzindo incertezas e orientando o público sobre medidas preventivas e ações seguras”, informou o ministério.
Recomendações para profissionais de saúde
O documento orienta os profissionais da vigilância em saúde ambiental a:
- Identificar áreas de risco para possível contaminação da água;
- Emitir alertas sobre restrições no uso da água em regiões afetadas;
- Monitorar resíduos de agrotóxicos na água destinada ao consumo humano;
- Desenvolver estratégias de comunicação de risco para a população, utilizando canais como grupos de WhatsApp e agentes comunitários de saúde.
Já para os profissionais da Rede de Atenção à Saúde, a orientação é realizar avaliação clínica em pessoas que apresentarem sintomas como:
- Irritação na pele, olhos ou queimaduras;
- Náuseas, vômito, dores abdominais e diarreia;
- Dificuldades respiratórias, tosse, inchaço nos pulmões;
- Alterações neurológicas, como confusão mental, tremores e perda de equilíbrio;
- Problemas cardíacos e alterações na pressão arterial.
Medidas de precaução para a população
Caso as autoridades confirmem a contaminação, o Ministério da Saúde recomenda que a população:
- Evite qualquer contato com a água do Rio Tocantins;
- Não utilize a água do rio para consumo ou lazer até nova orientação oficial;
- Siga os comunicados dos órgãos ambientais e sanitários para atualizações sobre a segurança da região;
- Procure imediatamente uma unidade de saúde em caso de contato com a água ou os produtos químicos, mesmo que não haja sintomas;
- Em caso de ingestão acidental da água contaminada, não induza o vômito e procure atendimento médico.
O governo segue monitorando a situação e reforça a importância de medidas preventivas para proteger a saúde pública e evitar danos ambientais duradouros na região.