
Relatório da Allianz destaca principais riscos para empresas em 2025, com ataques virtuais, interrupções de negócios e catástrofes naturais entre as maiores ameaças
Crimes cibernéticos são a principal preocupação de gestores empresariais em 2025, segundo o Allianz Risk Barometer, que ouviu líderes de pequenas, médias e grandes empresas ao redor do mundo. O tema foi citado por 38% dos entrevistados, liderando a lista de riscos globais e registrando um crescimento significativo em países como Brasil, Colômbia, Filipinas, Marrocos e África do Sul.
Os pesquisadores atribuem esse destaque ao rápido avanço das tecnologias de inteligência artificial, especialmente em empresas que operam amplamente no ambiente digital, como as do setor financeiro, telecomunicações, mídia, tecnologia e serviços jurídicos. Indústrias de aviação, química e entretenimento também destacaram a ameaça cibernética.
Interrupções de negócios e desastres naturais seguem como grandes riscos
Na segunda posição do ranking, as interrupções de negócios foram mencionadas por 31% dos entrevistados, refletindo preocupações com impactos em cadeias de suprimento e comércio global. O tema é recorrente entre gestores há mais de uma década, com destaque para regiões como o Pacífico Asiático e o México, onde fluxos portuários e eventos geopolíticos agravam os riscos.
Catástrofes naturais, como inundações e incêndios, ocupam a terceira posição com 31% das citações, seguidas de perto pelas mudanças climáticas (19%). Segundo Pablo Cabrera, gerente de Pesquisas de Risco na América Latina da Allianz, esses dois riscos estão interligados. “Catástrofes naturais envolvem impactos de curto prazo, enquanto mudanças climáticas abrangem riscos de longo prazo, como regulamentações de descarbonização e transparência de dados”, explicou.
Insegurança jurídica e riscos macroeconômicos preocupam empresas
A insegurança jurídica e legislativa aparece na quarta posição, com prioridade para 25% dos entrevistados, refletindo mudanças em regras nacionais e internacionais, além do impacto da recente eleição presidencial nos Estados Unidos.
Outros riscos, como inflação, políticas econômicas, conflitos políticos e greves, completam o ranking de preocupações. Já explosões, incêndios e novas tecnologias figuram no top 10, com 17% e 10% das citações, respectivamente.
A conexão entre os riscos
Cabrera ressalta que muitos riscos são interligados. “Interrupções de negócios, por exemplo, são consequências de desastres naturais, ataques cibernéticos ou riscos políticos. Apesar disso, gestores as identificam como uma categoria independente desde o início do Barômetro, há 14 anos.”
Ele destaca que os riscos mapeados pelo relatório guiam empresas no desenvolvimento de estratégias de mitigação. “Embora nem todos os riscos sejam seguráveis, existem ferramentas e ações disponíveis para todos eles. As seguradoras têm ajustado seus produtos, mas o desenvolvimento de soluções exige tempo devido à complexidade da coleta de dados e avaliação de impactos”, concluiu.
O Allianz Risk Barometer segue como um importante termômetro para o planejamento de empresas, indicando tendências e desafios em um cenário global cada vez mais complexo e conectado.