Municípios impactados por tragédia da Samarco divididos entre reparação nacional e justiça inglesa

© Antonio Cruz/ Agência Brasil

 

Após nove anos do desastre, novo acordo de repactuação enfrenta resistência, enquanto julgamento no Reino Unido avança com pedido de R$ 260 bilhões em indenizações

 

 

O processo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), continua gerando impasses entre municípios atingidos, mineradoras e a Justiça. Firmado em 2024 e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o acordo de repactuação, que prevê a destinação de R$ 100 bilhões, ainda não conquistou a adesão de boa parte das prefeituras, muitas das quais optam por seguir buscando justiça no Reino Unido.

Até agora, apenas quatro dos 46 municípios que participam de uma ação internacional contra a mineradora anglo-australiana BHP Billiton desistiram do processo para aderir ao acordo brasileiro. Prefeituras como a de Ouro Preto (MG) argumentam que os valores propostos não reconhecem os prejuízos locais. O município segue acompanhando a tramitação do processo inglês, no qual os atingidos buscam uma indenização de cerca de R$ 260 bilhões por perdas materiais, impactos psicológicos e prejuízos econômicos.

A repactuação oferece R$ 6,1 bilhões em repasses diretos para 49 municípios, mas as prefeituras criticam o parcelamento em até 20 anos e consideram os valores insuficientes. Mariana, a cidade mais afetada, receber