
Tecnologia essencial para futuras missões marca avanço significativo na corrida espacial do país
A Índia alcançou nesta quinta-feira (16) um marco histórico na exploração espacial ao se tornar o quarto país a realizar com sucesso uma atracação não tripulada no espaço. A conquista, parte do Space Docking Experiment (SpaDex), coloca o país ao lado de Estados Unidos, Rússia e China como nações com essa capacidade tecnológica avançada.
A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) anunciou a realização do feito com entusiasmo. “Acoplamento da nave espacial concluído com sucesso! Um momento histórico”, publicou a agência no X (antigo Twitter).
Missão SpaDex: um avanço crucial
A missão SpaDex utilizou duas pequenas espaçonaves de 220 quilos cada, chamadas Target e Chaser, que foram lançadas em 30 de dezembro de 2023 pelo foguete PSLV, fabricado na Índia. As naves foram colocadas em órbita baixa da Terra, onde realizaram uma série de manobras antes de se acoplarem com êxito.
A atracação bem-sucedida é vista como essencial para futuras missões, como manutenção de satélites, transferência de materiais no espaço e lançamentos complexos. Além disso, a tecnologia permitirá que a Índia avance em seus objetivos de colocar astronautas na Lua, construir uma estação espacial nacional até 2035 e realizar missões de exploração mais ambiciosas.
“Essa conquista marca o início de uma nova era na exploração espacial, exibindo a proeza tecnológica e a ambição da Índia”, declarou o Ministro do Espaço, Jitendra Singh.
Importância estratégica e desafios superados
Antes do acoplamento final, a Índia realizou um teste preliminar no último domingo (14), aproximando as naves até 3 metros de distância antes de retornarem a uma posição segura. O experimento havia sido adiado duas vezes, em 7 e 9 de janeiro, devido a problemas técnicos, incluindo a deriva inesperada das espaçonaves durante uma manobra.
Durante a missão, foi demonstrada a transferência de energia elétrica entre as espaçonaves acopladas, tecnologia vital para operações robóticas e de carga útil no espaço.
A corrida espacial indiana
Sob a liderança do primeiro-ministro Narendra Modi, a Índia tem acelerado suas ambições espaciais. Em 2023, o país se destacou ao pousar a missão Chandrayaan-3 no Polo Sul da Lua, feito inédito que reforçou sua posição como potência espacial.
Nos próximos anos, a Índia planeja lançar sua primeira missão tripulada ao espaço, enviar um astronauta à Lua até 2040 e iniciar sua exploração de Vênus em 2028. Paralelamente, o país tem investido na comercialização do setor espacial, com participação crescente da iniciativa privada e atração de investimentos estrangeiros.
O experimento SpaDex, realizado em colaboração com a empresa privada Ananth Technologies, exemplifica esse modelo de parceria, mostrando como a Índia está unindo esforços públicos e privados para consolidar sua presença no espaço.
Com avanços como esses, a Índia se estabelece não apenas como uma potência emergente, mas como um ator central na próxima fase da exploração espacial global.