Haddad desmente fake news sobre taxa ambiental para veículos antigos

© Valter Campanato/Agência Brasil

 

Ministro critica disseminação de notícias falsas e alerta sobre impacto na democracia

 

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu nesta terça-feira (14) mais uma fake news relacionada à sua pasta. Circulou nas redes sociais um texto falso afirmando que o governo criaria uma “taxa ambiental” para veículos com mais de 20 anos, equivalente a 1% do valor da Tabela Fipe, com destinação ao Ibama e à Funai.

“Hoje surgiu uma nova fake news que está circulando com muita força nas redes sobre uma coisa que eu nem sei explicar o que é, mas seria uma taxa ambiental sobre veículos de mais de 20 anos de uso. Eu não sei se vocês viram isso, eles simulam uma reportagem do G1”, afirmou Haddad ao sair para a posse do secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira.

Contexto e repercussão

A notícia falsa se apresentou como uma montagem de uma matéria de um portal conhecido. Atualmente, algumas cidades, como Bombinhas (SC) e Ubatuba (SP), de fato aplicam a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) em veículos turísticos, mas não existe qualquer plano federal semelhante envolvendo veículos antigos.

No fim da semana passada, Haddad já havia sido alvo de outro boato. Um vídeo falso, gerado por inteligência artificial, mostrava o ministro supostamente defendendo a criação de uma “taxa para cachorrinhos”. O material foi removido pela Meta após notificação da Advocacia-Geral da União (AGU).

Críticas ao papel das big techs

Haddad também criticou a decisão recente da Meta de descontinuar o serviço de checagem de informações nos Estados Unidos. Para ele, a medida representa um desafio global no combate às fake news, agravando a desinformação.

“Parece que depois desse alinhamento das big techs com a extrema direita, nós vamos ter, efetivamente, dias difíceis pela frente. E isso consome energia do governo, consome energia do Estado, dos funcionários públicos para combater um tipo de barbaridade”, afirmou.

Fake news e impactos na democracia

O ministro destacou como os ataques à imprensa tradicional agravam o problema. “Infelizmente, às vezes as pessoas preferem confiar na fake news do que na própria imprensa. Existem muitas pessoas hoje que falam: ‘não, eu não leio jornal porque eu recebo tudo no zap do tio’. E o zap do tio virou fonte de informação”, ironizou.

Desde o início do ano, a Receita Federal também tem enfrentado desinformação, como a falsa taxação do Pix. Segundo Haddad, a modernização do monitoramento de transações financeiras não implica novos impostos nem prejudica trabalhadores autônomos.

“A colocação de palavras que não foram ditas na boca de alguém, com tecnologias avançadas, representa um risco enorme para a democracia”, alertou o ministro, reafirmando a necessidade de combater com rigor a propagação de notícias falsas.