
Crescimento econômico esperado para o Brasil é revisado para 3,39%; mercado eleva previsões para IPCA, Selic e câmbio
O mercado financeiro ajustou para cima todas as projeções do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central. A expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que mede o desempenho da economia, cresça 3,39% em 2024. Este número supera as previsões anteriores de 3,22% na semana passada e de 3,1% há quatro semanas.
Para 2025 e 2026, o mercado espera uma expansão econômica mais modesta, com crescimento estimado em 2% ao ano. No segundo trimestre de 2024, o PIB apresentou alta de 1,4% em relação ao primeiro trimestre e cresceu 3,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação e juros também revisados para cima
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também teve suas projeções elevadas. A expectativa para 2024 subiu para 4,84%, contra 4,71% na semana passada e 4,62% há quatro semanas. Para os anos seguintes, o mercado estima inflação de 4,59% em 2025 e 4% em 2026.
A taxa básica de juros (Selic) também foi revisada. Agora, o mercado projeta que a Selic encerre 2024 em 12%, uma alta de 0,25 ponto percentual em relação à previsão anterior. O aumento da Selic é uma ferramenta utilizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para controlar a inflação, ao encarecer o crédito e incentivar a poupança. No entanto, juros mais altos podem dificultar a expansão econômica ao aumentar os custos para consumidores e empresas.
Dólar deve encerrar 2024 em R$ 5,95
No mercado cambial, a projeção para a cotação do dólar ao final de 2024 subiu de R$ 5,70 na semana passada para R$ 5,95. Há um mês, o mercado esperava um valor de R$ 5,55. Para 2025 e 2026, o dólar deve encerrar os anos em R$ 5,77 e R$ 5,73, respectivamente.
As novas projeções refletem as incertezas econômicas e os desafios do Brasil para equilibrar crescimento, controle inflacionário e estabilidade cambial em um cenário global ainda marcado por pressões econômicas e geopolíticas.