Paulo Pimenta aponta elo entre ações golpistas e figuras do governo Bolsonaro; operação prende militares e policial federal
Nesta terça-feira (19), o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, “só não ocorreu por detalhe”. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, em meio à programação da Cúpula do G20.
Pimenta vinculou o plano à tentativa de golpe de Estado no Brasil, alegando que figuras do núcleo de poder do governo Jair Bolsonaro estavam diretamente envolvidas. “Estamos falando de general, coronéis da ativa, integrantes da Polícia Federal. Essa investigação traz elementos concretos de que havia um plano para, no dia 15 de dezembro, atingir diretamente o presidente, o vice e o ministro Alexandre de Moraes”, declarou.
Ações e conexões com 8 de janeiro
O ministro citou ações como a tentativa de explosão de um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília e os atos golpistas de 8 de janeiro como parte de uma sequência orquestrada. “Os personagens são os mesmos, os financiadores dos acampamentos em frente aos quartéis também estão ligados a esses episódios”, afirmou.
Entre os presos na operação estão o general da reserva Mário Fernandes, que ocupou cargos na Secretaria-Geral da Presidência da República, e três militares da ativa do Exército: os tenentes-coronéis Hélio Ferreira de Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo. O policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido.
Investigações e contexto militar
Segundo o Comando do Exército, os militares presos não estavam diretamente envolvidos nas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a Cúpula do G20. Em nota, o Exército confirmou que os investigados encontravam-se no Rio de Janeiro para outras atividades, como cerimônias de conclusão de cursos de familiares e amigos.
Anistia e democracia
Pimenta reforçou que a investigação “derruba” o argumento de que os atos de 8 de janeiro foram protestos democráticos. Ele também rechaçou a possibilidade de anistia para os envolvidos. “A sociedade precisa compreender que crimes contra a democracia não podem ser tolerados. Não podemos falar em anistia ou impunidade”, concluiu.
Declaração final do G20 sem riscos à segurança
Questionado sobre a segurança da Cúpula do G20 diante da prisão de investigados, Pimenta garantiu que não há risco à operação. Ele destacou que os órgãos de Estado seguem protocolos internos para garantir a segurança das ações de governo.
Com a investigação em curso, o governo e a Polícia Federal buscam aprofundar as conexões entre os episódios golpistas, prometendo responsabilizar todos os envolvidos na tentativa de abalar a democracia brasileira.