Documento final destaca preocupações éticas e impactos sociais da tecnologia, além de metas para reduzir desigualdades digitais até 2030
A Cúpula de Líderes do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, aprovou nesta segunda-feira (18) a criação de uma força-tarefa ou “iniciativa de alto nível” para tratar do uso da inteligência artificial (IA). A responsabilidade de avançar com as diretrizes será da África do Sul, que assume a presidência do grupo nesta terça-feira (19).
O documento final, divulgado após intensas negociações diplomáticas, evita mencionar o termo “regulação”, mas aborda preocupações éticas e os riscos que a IA representa para os direitos dos trabalhadores e o bem-estar social. O texto também destaca os potenciais da tecnologia para transformar mercados de trabalho, ao mesmo tempo em que alerta para o risco de ampliação das desigualdades globais e digitais.
“Reconhecemos que o desenvolvimento, a implantação e o uso de tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial, podem oferecer muitas oportunidades aos trabalhadores, mas também representam preocupações éticas e riscos para os seus direitos e bem-estar”, afirma o comunicado.
A iniciativa dará continuidade aos trabalhos de economia digital promovidos pelo G20. Durante a presidência brasileira, os ministros do Trabalho e Emprego do grupo já haviam discutido diretrizes para a evolução da IA.
Entre as metas apresentadas, está a redução pela metade da desigualdade digital de gênero até 2030, além de maior inclusão de trabalhadores vulneráveis ao impacto das transformações tecnológicas. A força-tarefa também deverá priorizar a proteção da privacidade, segurança de dados e respeito à propriedade intelectual na adoção da IA.
“Ao mesmo tempo em que a IA continua a evoluir, precisamos superar as divisões digitais e garantir que a tecnologia seja desenvolvida de forma justa, priorizando o respeito aos direitos e o bem-estar de todos os cidadãos”, concluiu o comunicado.
A presidência sul-africana do G20 terá a missão de equilibrar interesses diversos, em um momento em que a IA se torna cada vez mais central nas agendas políticas e econômicas globais.
