Governo Brasileiro sob pressão: Amorim e Vieira serão ouvidos no Senado

© Marcello Casal JrAgência Brasil

 

Em meio à crise pós-eleitoral na Venezuela, principais representantes da diplomacia brasileira são convocados para explicar o papel do Brasil no processo

 

 

 

A Comissão de Assuntos Exteriores (CRE) do Senado aprovou nesta quinta-feira (8) convites para que o embaixador Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, compareçam ao colegiado para explicar a atuação do Brasil nas eleições venezuelanas.

O embaixador Amorim, que esteve na Venezuela durante o processo eleitoral e se reuniu com o presidente Nicolás Maduro, será o primeiro a comparecer ao Senado, na próxima quinta-feira (15). Já o ministro Mauro Vieira, que está em viagem nas próximas semanas, deverá ser ouvido em data posterior, a ser combinada entre o Itamaraty e os senadores.

Os requerimentos foram apresentados pelos senadores da oposição Ciro Nogueira (PP-PI) e Tereza Cristina (PP-MS). Inicialmente, a senadora Cristina solicitou a convocação do embaixador Amorim, que obrigaria sua presença, mas um acordo resultou na troca pela forma de convite.

O Brasil, junto com México e Colômbia, tem desempenhado um papel mediador na crise aberta após as eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Nicolás Maduro, com 51,95% dos votos, mas a oposição questiona os resultados, apresentando evidências de que o opositor Edmundo González teria obtido mais de 60% dos votos. O impasse gerou tensões e acusações de tentativa de golpe de Estado, levando o caso ao Tribunal Superior de Justiça da Venezuela.